O FC Porto recusou vender Danilo, André Silva e Herrera no último mercado de transferências, revelou Fernando Gomes, administrador da SAD do FC Porto, durante a apresentação das contas relativas à temporada 2015/16.

«No final da época tivemos solicitações para a venda do Danilo, do André Silva e do Herrera. Os valores que estavam em causa eram de 95 milhões de euros de ofertas de clubes estrangeiros. A equipa técnica, em sintonia com a administração, entendeu que num momento em que o FC Porto não tinha conseguido o acesso direto à Liga dos Campeões e era preciso garantir condições de alta competitividade a venda destes três jogadores representaria um duro golpe, à partida, naquilo que poderia ser o nosso percurso desportivo, nomeadamente no acesso às provas europeias», explicou Fernando Gomes.

Curiosamente, não foi mencionada qualquer proposta por Brahimi, jogador que esteve muito tempo afastado da equipa até ser reintegrado no último dia de mercado.

«Se tivéssemos vendido os jogadores para os quais tivemos propostas, hoje estaríamos tranquilos a apresentar resultados positivos», salientou Fernando Gomes.

Nas contas do exercício 2015/16 entram, apenas, dois jogadores transacionados: Alex Sandro e Maicon. Recorde-se que o lateral brasileiro foi vendido ainda na temporada passada mas, por ser no último dia de mercado, entrou no exercício atual.

Contas feitas, o FC Porto lucrou este ano 36658 milhões com a transação de passes de jogadores, um número bem inferior ao de 2014/15, quando a receita foi de 82500 milhões neste capítulo.

Que, salienta Fernando Gomes, não é um capítulo qualquer. A transação de passes é vital para o FC Porto apresentar resultados positivos: «Se analisarem as contas dos outros anos irão notar que o que permite sempre que o FC Porto tenha resultados positivos é a receita extraordinária da venda de jogadores. A receita face à despesa é sempre deficitária, mas completamos depois com venda de jogadores. Há dois anos essa receita chegou ao recorde de 117 milhões.»

A vontade do FC Porto é passar a depender cada vez menos da venda de jogadores para ter resultados positivos. «A administração entendeu que não se justificava seguir esta política de forma imponderada», salientou o dirigente portista.

«O FC Porto vai continuar a transacionar jogadores, claro. Mas não vai estar tão dependente de 117 milhões em vendas para ter um resultado positivo», rematou.