Fernando Gomes referiu este sábado, comentando o caso de alegado tráfico de seres humanos no futebol, que a demissão de Mário Costa do cargo que exercia como presidente da Mesa da Assembleia Geral da Liga é insuficiente.

«A demissão do ex-presidente da Mesa da Assembleia Geral da Liga é, aos meus olhos, abaixo do mínimo que devemos aceitar como família do futebol. Temos todos de refletir seriamente sobre se fizemos, se fazemos e se faremos tudo o que está ao nosso alcance para garantir que esta semana é irrepetível», garantiu o presidente da Federação.

«Pessoalmente, já fiz a minha reflexão. Não, não fizemos tudo. Não, não fazemos tudo. Sim, podemos fazer tudo de agora em diante. Porque se não fizermos todos tudo, é como se nenhum de nós fizesse nada. E este nós somos mesmo nós: a Federação, as Associações, a Liga, os sócios de classe, todos os clubes, todos os delegados que estão nesta sala.»

Recorde-se que Màrio Costa é arguido num caso de suspeitas de tráfico de seres humanos. Em causa está a investigação do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) à academia de futebol à qual Mário Costa está ligado, no concelho de Famalicão.

Fernando Gomes revelou ainda que, em 2020, a Federação denunciou «indícios que considerava suspeitos de práticas ilegais», através dos meios que entendeu serem adequados.

«Nunca vi uma boa investigação acontecer depois de um grande clamor público. As melhores investigações e as mais profundas acontecem quando os visados desconhecem estarem a ser investigado», adiantou.

«Se este caso agora mediatizado não servir para mais, que sirva para que cada um de nós, com as responsabilidades acrescidas que temos, pense se não existirão indícios, suspeitas ou dados, seja em que local seja de Portugal, que devam ser denunciados. Basta que cada um de nós façamos tudo o que está ao nosso alcance. E a consciência definitiva de que a inação de um de nós, coloca todos em causa e o futebol em perigo.»