Karagounis está recuperado e é opção para o jogo de domingo com o Beira Mar, mas Fernando Santos só este sábado vai divulgar a lista de convocados e não garante, para já, o regresso do grego. «Clinicamente está dado como apto. Fez dois treinos totalmente integrados, se for amanhã estiver 100 apto estará à minha disposição, caso entenda convocá-lo. Amanhã decidirei quem serão os convocados», declarou.
Na conferência de imprensa de antevisão do jogo da 9ª jornada, o treinador do Benfica não poupou elogios a outro estrangeiro: Karyaka. A recuperação do médio russo, que esteve longos meses afastado da competição, foi abordada por Fernando Santos: «O Karyaka estava um pouco à margem. Sentia-se nele. Na Suiça, apesar de ser bom profissional, procurar ser sério em termos de treinos, via-se se estava um pouco à margem e sentia-se que não estava cá. Passou a fase difícil. È um jogador que em termos de profissionalismo é exemplar.»
O russo foi contratado na época passada quando Ronald Koeman era o treinador. Fernando Santos já avaliou as qualidades do médio e tem bem definida a posição do meio-campo onde conta com o (agora) camisola 19: «Não sei se o Karyaka foi contratado para jogar no lado esquerdo. Sei que ele não pode jogar nessa posição e sei que ele é um jogador livre. Já falámos sobre isso com ele. É um jogador que gosta de se movimentar no campo. Agora tem vindo a encontrar a sua posição. Este modelo que temos vindo a utilizar serve melhor para ele se encaixar na equipa e ele nesta posição tem coisas muito positivas. Falta-lhe adquirir um pouco mais de resistência, mas é um jogador muito interessante. Em termos de qualidade de movimentos e organização está a provar que não era por acaso que no campeonato russo era um jogador apreciado.»
O técnico das águias desvendou que o diálogo que manteve com Karyaka onde lhe deu um voto de confiança: «Tive uma conversa com ele onde lhe disse que a partir do momento que ele continuasse aqui, para mim era um jogador como todos os outros. Para mim teria um tratamento igual a todos os outros.»
O médio russo regressou à competição frente ao E. Amadora. Entrou e marcou tal como sucedeu no recente Benfica-Celtic. É mais uma opção para uma equipa que tem vindo a crescer ao contrário. «O Benfica teve um início de época perfeitamente atípico. Começou há três meses com 18/19 jogadores, alguns deles já nem fazem parte do plantel, depois foi recebendo jogadores a conta gotas e tudo isso dificulta uma equipa de rolar em pleno. De há dois meses para cá a equipa tem vindo a marcar posição em termos estruturais, de volume e capacidade de jogo. Normalmente acontece ao contrário do que conseguimos. Primeiro atinge-se uma solidez defensiva e depois organização ofensiva. Aconteceu o contrário. Até pela criatividade dos nossos jogadores conseguimos primeiro uma dinâmica ofensiva já de muito bom nível, ao contrário da organização defensiva. Estamos a caminhar para o equilíbrio e isso faz com que tenhamos uma equipa cada vez mais forte», analisou.
Fernando Santos tem vindo a ganhar novas opções para o onze, que tem sofrido alterações, mas não é defensor da rotatividade. «Acho que a rotatividade se pode fazer mas não sou apologista de rotatividade total. Depende da identificação clara que há entre todos nós. Isto é muito subjectivo. Há o risco dos jogadores não perceberem muito bem o porquê de estarem a jogar e depois sair e acabam por se perder todos. Quando há uma identificação entre jogadores é um pouco mais fácil. Os jogadores nunca dizem que estão cansados, mas há casos claros em que tem de haver alguma rotatividade», concluiu.