Fernando Santos defende que nesta fase final do campeonato o fundamental é jogar sempre com a mesma regularidade e não alterar constantemente o dia dos jogos. Para o responsável técnico do Sporting neste momento o jogo é o melhor treino e por isso lança críticas às transmissões televisivas que decidem, juntamente com os clubes e sem consultar os treinadores, os dias e as horas a que os clubes jogam. «Para mim jogávamos sábado/sábado ou domingo/domingo. São as televisões que mandam e os treinadores não são ouvidos. Mas, esta é a realidade e isto não é uma queixa é a realidade do futebol em quase todo o Mundo.»
Em quase tudo o Mundo é assim mas Fernando Santos dá voz à experiência pessoal para exemplicar que a realidade pode ser diferente: «Na Grécia nesse aspecto, não havia muitos mais, mas nesse aspecto funcionava melhor. Só se jogava ou sábado ou domingo, não era possível jogar a outros dias, no entanto os jogos também davam nas televisões. E só se jogava ao sábado quando havia competições europeias e os clubes tinham essa opção, de resto os jogos eram ou domingo embora em horas diferentes.»
O técnico do Sporting gostaria que a situação portuguesa fosse semelhante. Seria melhor para todos, principalmente para os jogadores: «Penso que isso em termos dos próprios jogadores e dos ciclos de recuperação era benéfico. Começam a existir hábitos que são mais fáceis de gerir do que nas actuais circunstâncias. Esta semana a equipa jogou na segunda-feira e no sábado, o que a nível de recuperação do esforço não teve grande sentido, e depois com um grande problema que foi ter tido uma semana anterior demasiado longa. Para quem conhece estas coisas é preferível jogar com maior regularidade, pois o próprio jogo acaba por ser o treino principal, do que estar dez dias sem jogar como estivemos. Gerir dez dias sem jogo é muito mais difícil.»
Para Fernando Santos este aspecto é de especial importância nesta fase da época onde o treino passa para segundo plano. «Nesta altura já ninguém prepara jogos. No princípio da época tem de se preparar e construir uma equipa, criar automatismos e é preciso trabalhar fisicamente. Agora estamos numa fase em que é preciso manter os índices físicos, gerir o esforço dos jogadores e termos técnicos e tácticas a equipa precisa de poucas coisas para fazer», explica.