Fernando Santos, treinador do Benfica, após a vitória da sua equipa sobre o Estrela, por 1-0, e que coloca os encarnados a um ponto do líder F.C. Porto:
«Para nós, o mais importante era este jogo e vencê-lo. Como já tinha dito, qualquer resultado que acontecesse no F.C. Porto-Sporting não era menos ou mais importante, dependia do resultado que aqui fizéssemos e era fundamental conseguir os três pontos. E foi o que conseguimos, num jogo difícil, porque a equipa da Amadora é muito bem organizada defensivamente. O Benfica mesmo controlando o jogo, e apesar de uma estratégia que visava surpreender o adversário, dando maior profundidade aos corredores laterais, com o Nuno Gomes no apoio ao ponta-de-lança, a verdade é que o Estrela conseguiu sempre, com muita gente atrás da linha de bola, dificultar a nossa acção defensiva. Dominámos e criámos uma outra situação mais ou menos perigosa na primeira parte. Depois, na segunda, disse aos jogadores que era preciso aumentar o ritmo de jogo, a intensidade, sermos mais rápidos, a bola não podia chegar tanto pelo ar, visto que o Estrela no sector central tem jogadores muito fortes no espaço aéreo, pôr a bola no chão e fizemos isso.

Fizemos uma alteração, o Derlei estava a trabalhar bem, estava a trabalhar muito, mas pareceu-me que naquele momento tínhamos de mudar o figurino do jogo. As coisas correram bem e a partir daí criamos um ascendente muito maior, várias oportunidades de golo e acho que por aquilo que fizemos ao longo do jogo foi um resultado justo. O adversário dificultou muito as coisas. campo.
[Quanto à alteração do modelo de jogo] Podia ter posto o João Coimbra desde o princípio, mas pensava e acreditava que o Estrela se iria encaixar como fez no Estádio da Luz. Tentei criar alguma surpresa, apostando mais nas faixas laterais e criar a partir daí problemas. Penso que deu para controlar o jogo, mas acabou por não surtir o efeito desejado nalguns aspectos. E, nessa altura, entendi regressar ao modelo de jogo habitual.
[Sobre o golo de Petit] Tal como os outros jogadores, trabalhou muito, teve muita vontade de vencer. Se vencêssemos este jogo passávamos a depender só de nós, a partir de agora há três candidatos ao título. Havia alguma ansiedade, uma vontade enorme de vencer e penso que os jogadores foram de uma entrega fantástica e tentaram tudo para vencer. Hoje foi o Petit, amanhã será outro. Parabéns a ele.
[Se a pressão terá sido adversária no ataque] Alguns lances foram de manifesta infelicidade, principalmente agora no fim, o quase 2-0 foi uma manifesta infelicidade da parte de Nuno. O futebol tem destas coisas, às vezes bate-se mal e é golo, outra vezes não. Mas penso que a partir dos 10/15 minutos da segunda parte, criámos um caudal ofensivo que o Estrela dificilmente conseguiria parar. Felizmente o Petit resolveu o problema com um golo de livre e pôs justiça no resultado.
[Sobre a defesa de Moretto com o pé, em cima da linha, a chapéu de Andersson] Arrepiei-me, naturalmente. Acho que não foi do frio porque já tinha um casaco vestido, deve ter sido mesmo disso.»