A saída de José Antonio Camacho do comando técnico do Benfica chegou via televisão à Grécia e aos ouvidos de Fernando Santos, que foi substituído pelo espanhol no início de época.
Camacho argumenta que «a motivação dos jogadores não é normal», e por isso deixa o emblema da Luz. O treinador português do PAOK não se quis alongar nos comentários ao abandono do sucessor, mas contrapôs a ideia de que falta ânimo nos futebolistas encarnados.
«Recebi a notícia normalmente, estava a ver o F.C. Porto, na RTPi, e depois ouvi», contou Fernando Santos, à TVI. «Não é um assunto que me diga respeito, porque a minha preocupação é o PAOK», prosseguiu o técnico português, declarando ter «grande respeito pelo Benfica e pelos seus jogadores».
Depois, Fernando Santos lembrou o período em que foi comandante dos encarnados, para refutar a argumentação de Camacho: «Enquanto fui treinador do Benfica, os jogadores foram sempre exemplares e nunca houve falta de motivação deles.»
De resto, o português recusou-se a abordar outras questões, como a preparação da temporada, afirmando que «já disse o que pensava». No entanto, Fernando Santos reiterou a ideia de que, quando esteve na Luz «houve grande solidariedade de todos», e não apontou falhas à estrutura encarnada.
O técnico lisboeta também não se quis alongar sobre o facto de o clube não acomodar os treinadores na função: «O Benfica foi uma grande experiência, treinei um grande clube português, mas agora o resto não me interessa.»
Por fim, Fernando Santos declarou que a saída de Camacho do Benfica «não traz satisfação pessoal» e «não se trata de dar razão» a ele próprio. O técnico do PAOK concluiu que «terão de ser os analistas» a fazer uma avaliação das razões que levam os encarnados a substituírem, sucessivamente, treinadores e que assuntos desses, «devem ser colocados a quem de direito».