Esta foi uma semana particularmente imaginativa em festejos de golos. Sobretudo na Dinamarca, de onde chegaram dois exemplos de celebrações curiosas: primeiro houve murros e tiros, depois jogou-se bowling. Ora isto trouxe à memória do Maisfutebol outros festejos. Sim, que a criatividade não é um exclusivo dinamarquês.

Trouxe à memória, por exemplo, o Sporting, de Carlos Queiroz. Em 95/96, quando o capitão ainda era Oceano e no onze havia Sá Pinto e Dominguez, o Sporting colocou o país a sorrir com um festejo que ficou celebrizado como a «dança vudu»: juntava numa roda os dez jogadores e acabava com nove deles no chão.

A primeira vez que o festejo foi realizado aconteceu precisamente no derby lisboeta, na vitória sobre o Benfica. «Foi um festejo criado no seio do grupo e ensaiado nos treinos, para mostrar o espírito colectivo da equipa», conta o antigo lateral Nélson. «Não era bem uma dança, era uma coreografia feita por todos.»

Amunike estreou o centro das atenções, Oceano também por lá passou, mas o festejo não durou mais do que isso. «Num jogo com o Salgueiros, marcámos o primeiro golo e fizemos a coreografia, depois o Salgueiros empatou e imitou-nos. Então decidimos parar, porque os adversários estavam a sentir-se provocados.»

Charles Obi está ao telefone... ou não

Mais criativo ainda do que o festejo sportinguista, foi a forma surpreendente como Charles Obi celebrou o único golo que marcou na liga portuguesa. O avançado nigeriano passou pelo Boavista um pouco como um cometa estranho, durante seis meses de ameaças de greve e muita convulsão interna no clube.

Ora no Estádio do Mar, quando inaugurou o marcador (o jogo acabaria 2-2), Charles Obi ficou fora de si e fez da chuteira... um telemóvel. «Sempre que marco um golo tento fazer algo criativo. Esse festejo já me andava na cabeça há algum tempo, só me faltava um golo! Quando a bola entrou só quis divertir-me», recorda ao nosso jornal.

O nigeriano, que já passou pela Tailândia, Chipre e Finlândia, joga agora nas Ilhas Faroe, no Suduroy, onde já marcou alguns golos sempre acompanhados de celebrações curiosas. «Tenho o meu estilo próprio», adianta. «Penso em formas diferentes de festejar e ensaio-as em casa.» O resto é tudo arte.

Veja o festejo do Sporting:



Veja o festejo de Charles Obi, a partir do minuto 5:40: