Cristiano Ronaldo é penta.

Cristiano depois de Cristiano, depois de Messi, depois de Cristiano e Cristiano, e Messi, Messi, Messi, Messi e antes Cristiano. Há dez anos que andamos nisto, o melhor do mundo é ele. Ou Messi. Nunca houve nada assim, eles noutro planeta e nós aqui na Terra a ver História. Esta é de Ronaldo, sem margem para grandes debates, depois de uma temporada do outro mundo. Foi eleito pela FIFA melhor do mundo em 2016/17, agora «The Best», e igualou Messi no número de triunfos, cinco para cada um. Lá para dezembro muito provavelmente recebe a segunda consagração global do ano, a Bola de Ouro.

Como disse ele próprio disse em Londres, Cristiano Ronaldo anda aliás a subir a este palco há 11 anos. Foi em 2007 a última vez que não dissemos o nome de um ou de outro quando falámos do melhor do mundo. Nesse ano foi Kaká quem venceu, então dois prémios separados: a Bola de Ouro e o World Player da FIFA. E Cristiano Ronaldo também lá estava, segundo num e terceiro no outro.

Em 2008 venceu Ronaldo, também dois prémios separados, e no ano seguinte Messi. Depois o argentino ganhou as primeiras três edições do troféu conjunto entre a FIFA e o France Football, que durou seis anos. Ronaldo ganhou a quarta e a quinta, Messi a sexta. E Ronaldo, campeão da Europa por Portugal e pelo Real Madrid, voltou a vencer em 2016, quando voltou a haver de novo dois prémios.

Este ano a FIFA voltou a mudar a lógica do seu troféu, para avaliar a época e não o ano civil. O prémio vale para sete meses, porque para esta edição a FIFA definiu que o período que contava foi de 20 de novembro de 2016 e 2 de julho de 2017, o dia em que terminou a Taça das Confederações.

Portanto, formalmente, dentro desta barreira temporal, ficou de fora da avaliação a Cristiano, por exemplo, o póquer a Andorra ao segundo jogo da caminhada para o Mundial 2018, que foi em outubro de 2016. Nem, por um dia (!), o hat-trick ao Atlético Madrid para a Liga espanhola.

Lembra-se?

Nem foi preciso.

É curiosamente em Alvalade que começa formalmente a época de Ronaldo que contou para este «The Best», na vitória do Real Madrid por 2-1, em que ficou em branco. E o primeiro grande marco é o primeiro dos três títulos que, na hora de fazer as contas, acabaram com quaisquer dúvidas sobre o vencedor deste ano. Ronaldo foi campeão do Mundo de clubes em dezembro, e no fim da época bicampeão da Europa com o Real Madrid e campeão de Espanha.

Ronaldo selou o título mundial de clubes no Japão, a 18 de dezembro de 2016, com um «hat-trick» ao Kashima Antlers.

Os marcos da época fazem «fast forward» para Abril, com dois jogos da seleção pelo meio que incluiram o bis à Hungria e um golo à Suécia. E seguem para uma reta final do outro mundo.

Marcou 16 golos nos últimos dez jogos da temporada com o Real Madrid. Começou com o atropelo ao Bayern Munique nos quartos de final da Liga dos Campeões. Dois golos na primeira mão, um «hat-trick» na segunda, quando se tornou o primeiro jogador de sempre a chegar aos 100 golos na Champions.

E nas meias-finais resolveu frente ao At. Madrid com mais três golos na primeira mão.

Ficou em branco no clássico com o Barcelona, mas nos últimos quatro jogos da Liga espanhola marcou seis golos que embalaram o Real para a conquista do título. Com mais um recorde pessoal pelo caminho, quando ultrapassou o inglês Jimmy Greaves como o melhor marcador de sempre das principais ligas europeias, 368 golos.

E depois, em Cardiff, bisou na final com a Juventus para levar o Real a fazer o que nunca ninguém tinha feito na era Champions: revalidar o título de campeão europeu.

Foi o primeiro jogador a marcar em três finais, fez 12 golos na Champions 2016/17, o melhor marcador pela quinta época consecutiva.

A época terminou na Rússia, com a camisola de Portugal e o terceiro lugar na Taça das Confederações. Portugal caiu na meia-final com o Chile, Ronaldo deixou a Rússia com dois golos marcados.

Nestes sete meses que contaram para o «The Best» fez 40 jogos e marcou 30 golos. E Messi? Fez 39 golos em 41 jogos. É um planeta só deles mesmo.