Ao fim de duas jornadas sobram apenas três galos no poleiro, apenas três equipas com o máximo de pontos, embora haja ainda uma vaga em aberto para Sporting ou Gil Vicente que, como se sabe, adiaram o jogo da primeira jornada. FC Porto, Benfica e Santa Clara são, para já, as únicas equipas só com vitórias ao fim de dois jogos. No lado oposto da classificação, há também apenas duas equipas sem pontos, o recém-chegado Farense e, talvez a maior surpresa neste arranque de campeonato, o Sp. Braga de Carlos Carvalhal.

Uma ronda com apenas dezoito golos, com natural destaque para a goleada do FC Porto no dérbi com o Boavista, no Bessa. Cinco golos sem resposta em 45 minutos, todos marcados na segunda parte, que permitem à equipa de Sérgio Conceição assumir a liderança da Liga com mais um golo do que o Benfica que, horas antes, também tinha batido o Moreirense, em casa, por 2-0, no jogo que assinalou a despedida de Rúben Dias.

A ronda abriu na sexta-feira com um dos resultados mais inesperados. O Santa Clara foi a Braga impor a segunda derrota à equipa de Carlos Carvalhal (1-0). Bastou um golo solitário de Thiago Santana, marcado logo aos 5 minutos, para deixar os minhotos em depressão no fundo da tabela.

No domingo foi dia de estreias. Primeiro do Gil Vicente, com uma vitória sobre o Portimonense (1-0), depois do Sporting, ainda limitado pelas baixas da covid-19, a vencer em Paços de Ferreira (2-0). No mesmo dia, uma nota ainda para o nulo do V. Guimarães de Tiago Mendes em Vila do Conde. Ao fim de duas rondas, a equipa minhota ainda não marcou um golo, um registo só acompanhado pelo Farense.

A fechar a ronda, o Famalicão foi ao Estádio Nacional arrancar a primeira vitória, com uma reviravolta relâmpago diante do Belenenses (2-1).

A figura da jornada: o adeus de Rúben Dias, com dedicatória

Uma jornada que ficou marcada pela despedida de Rúben Dias do Benfica com direito a um «guião» quase perfeito no triunfo sobre o Moreirense (2-0). Só faltou um estádio cheio para o enredo ser perfeito.

O central do Benfica entrou em campo com a braçadeira de capitão, confirmando, desde logo, que este seria o seu jogo de despedida, até porque Pizzi e André Almeida, habituais donos da braçadeira, estavam em campo.

A abrilhantar este dia especial, o central formado no Seixal abriu caminho para a vitória sobre o Moreirense, ao marcar o primeiro golo do jogo. Canto de Everton Cebolinha da esquerda para o segundo poste, com o defesa a elevar-se bem para cabecear para as redes. Um golo muito festejado pelos companheiros. Dois dias depois, Rúben Dias aterrou em Manchester.

O golo da jornada: Marega, diretamente do laboratório de Conceição

O melhor golo da ronda foi um lance de laboratório do FC Porto, o quarto na goleada ao Boavista (5-0), marcado por Marega.

Livre de Sérgio Oliveira para Otávio que, de primeira, levantou para a área, onde Corona amorteceu, deixando a bola à disposição do avançado, que ajeitou com o pé direito antes de atirar a contar. Um lance estudado, cumprido na perfeição, com régua e esquadro pelos pupilos de Conceição.

A defesa da jornada: instinto de Kieszek anula trivela de Quaresma

Uma defesa a apelar ao instinto, aos reflexos, a todas as características que se exigem a um bom guarda-redes. Ricardo Quaresma vinha embalado da direita, já depois de ter deixado um adversário pelo caminho, antes de aplicar uma daquelas trivelas mortíferas que tão bem o caracterizam.

A bola, cheia de efeito, ia redondinha, para entrar junto à barra, mas o guarda-redes do Rio Ave saltou que nem um felino e afastou-a com o punho direito. Só por isso é que o Vitória continua em branco neste campeonato.