O primeiro jogo de Victor Lindelöf pelo Benfica na Liga portuguesa permitiu-lhe ser um dos campeões nacionais 2013/14. O defesa sueco entrou em campo no Dragão para fazer os 28 minutos finais do último jogo das águias na prova.

Com uma época sem jogos do campeonato pela equipa principal do Benfica pelo meio, Lindelöf teve, depois daquele prémio (complementado com uma Taça de Portugal), a sua oportunidade de facto na presente temporada. Aquela está agarrada, como o exigem as circunstâncias e como o demonstrou no sábado, em Alvalade, sendo escolhido como a Figura da Jornada 25 para o Maisfutebol.

Os azares de uns são as oportunidades de outros. Primeiro, foi Luisão a lesionar-se com gravidade, ainda em novembro, e a ter uma recuperação longa pela frente. Depois, foi Lisandro López a sair magoado de Moreira de Cónegos no final de janeiro. O argentino ainda não voltou à equipa.

Foi a oportunidade de Victor Lindelöf. Que tem prolongamento garantido, pelo menos, até esta quarta-feira. «Quando a época começou, ele era o quarto central, que até não é a sua posição de origem», lembra ao Maisfutebol Toni considerando que «tem sido uma bela surpresa a forma como se tem integrado» o defesa sueco campeão europeu sub-21 num Benfica «a braços com uma situação complicada» no que respeita à defesa.

Lindelöf tem-se mostrado um «jogador forte do ponto de vista físico, forte no jogo aéreo, forte na marcação». E «faz uma saída de bola muito boa, para um jovem», analisa Toni: «Contra equipas que jogam com um bloco baixo na Luz vai criar desequilíbrios. Mas não o faz sistematicamente, faz pela certa. É um jovem com muito futuro.»

Numa análise em concreto à exibição no dérbi, Toni considera que o jovem sueco «esteve muito atento nas marcações a Slimani, esteve também forte no jogo aéreo» e que, numa segunda parte de «grande pressão do Sporting, mesmo que sem muitas oportunidades (excetuando as de Ruiz)», o central dos encarnados «esteve sereno, muito concentrado».

Lindelöf passou a ser o titular após o jogo com o Moreirense não largando o centro da defesa desde a 21ª jornada. Já passou pelo clássico com o FC Porto, pelo jogo da primeira mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões com o Zenit e pelo dérbi com o Sporting. Toni sente no jovem sueco uma «serenidade e estabilidade mental» quando posto à prova «perante a adversidade dos outros».

«Ele está preparado para estas oportunidades e está a saber agarrá-las. Como outros souberam.» Lindelöf beneficia da «experiência» de jogadores como Jonas, Mitroglou, Gaitán, Jardel, ou Eliseu, «traquejados», que «ajudam» os jovens como ele, como o Renato Sanches, ou o Gonçalo Guedes. «É importante porque eles sentem-se protegidos pela experiência», mas também há um outro lado da moeda.

Toni fala com a sua experiência dos tempos de jogador, não só como jogador mais velho quando acolheu outros mais jovens no plantel, mas, também, como jogador que entrou, como outros, bem novo na equipa principal do Benfica: «Os jogadores mais experientes ganham a confiança deles [dos mais novos] porque eles transmitem essa confiança pelo potencial que têm, pela forma como se impõem.»

E é também isso que «o treinador vai vendo». Nesta quarta-feira, Lindelöf pode ter de fazer dupla no centro da defesa com uma escolha inédita de Rui Vitória para a posição, pois, além de Lisandro ter continuado fora das opções, Jardel está castigado – assim como André Almeida. «São desafios muito exigentes, as circunstâncias são adversas» e Toni sabe que o Benfica pode apresentar frente ao Zenit uma defesa em que alguns jogadores nunca jogaram juntos em competição.

Mas o treinador português campeão pelo Benfica sabe também que «não terem jogado juntos não quer dizer que não dominem os princípios de jogo da equipa», em suma, que deixem de fazer aquilo que estão ali para fazer: «Cada um sabe a função que tem dentro de campo.»