O FC Porto é uma espécie de talismã para o guarda-redes do Marítimo Salin. Há duas épocas, no Estádio dos Barreiros, o guardião francês foi determinante ao parar uma grande penalidade marcada por Jackson Martínez num jogo que terminou empatado a uma bola. E agora voltou a ser decisivo, com uma mão cheia de grandes defesas que se revelaram fundamentais para a vitória verde-rubra por 1-0 sobre os dragões.

«Foi a melhor exibição que fiz contra equipas deste nível. Mas admito que também tive um pouco de sorte, com uma bola ao poste e outro lance salvo pelo Rúben Ferreira em cima da linha», realça Salin lembrando outra curiosidade a propósito do FC Porto. «Na época passada, o meu primeiro jogo após o regresso ao Marítimo foi contra eles e também vencemos 1-0», congratula-se.

Falando já em bom português por estar há cinco anos em Portugal, o dono da baliza verde-rubra diz que teve muito trabalho no jogo deste domingo embora assuma: «É mais fácil jogar contra os grandes porque se há mais trabalho também há a possibilidade de fazermos boas defesas.»

Apesar de reconhecer que esteve bem, Salin prefere sempre direcionar a conversa para o coletivo. «Toda a equipa esteve bem. Fizemos uma boa exibição e tivemos mérito na vitória», sublinha o guarda-redes que, recorde-se, tinha ficado de fora da equipa no jogo diante do Benfica por lesão.

O Sp. Braga e o... Sporting

Salin chegou ao Marítimo em 2011/2012 depois de uma época na Naval. Permaneceu na Madeira durante duas temporadas e no final do contrato acabou por sair do Marítimo, tendo rumado ao Rio Ave.

«Estive perto do Sp. Braga e houve interesse do Sporting, mas nada se concretizou e acabei por ir para o Rio Ave, onde estive só meia época antes de voltar outra vez», lembra o guarda-redes admitindo que houve alguma insatisfação dos adeptos do Marítimo com tudo o que aconteceu.

«Quando regressei, toda a gente estava um pouco insatisfeita com o que tinha acontecido e houve um pouco de pressão à minha volta. Os adeptos não perceberam e eu compreendi isso. Restou-me trabalhar muito e dar tudo em campo», recorda o francês assegurando que se sente muito bem na Madeira e no Marítimo.

Com 30 anos, Salin tem contrato com o Marítimo até 2016 e garante que só sairá do clube madeirense para outro de maior dimensão.

«Tenho um sonho que passa por jogar a Liga dos Campeões e no Marítimo isso será difícil de concretizar. Como já disse, gosto muito cá estar e só mesmo com uma proposta muito boa para mim e para o Marítimo é que sairia», reforça o guarda-redes.

Falta de comunicação dos jogadores para com a equipa técnica

A primeira volta do Marítimo ficou claramente aquém das expetativas e Salin diz que para esse fato contribuíram uma série de fatores.

«Não é fácil para um treinador chegar a um novo clube, conhecer os jogadores e estabelecer desde logo uma relação de confiança. É sempre complicado. E nem sempre houve uma boa comunicação entre as partes. Mas houve mais falta de comunicação da parte dos jogadores com o treinador do que ao contrário», sublinha o guarda-redes apontando para a pouca experiência do grupo, com muitos elementos jovens, como outro motivo para que os resultados nem sempre tenham aparecido.

Salin confia numa segunda volta melhor, mas, para que isso aconteça, há um obstáculo importante a contornar: «Precisamos de melhorar quando não temos a bola, de saber gerir os momentos do jogo e isso também vem com a experiência.»