Depois de uma época na qual ficou uns furos abaixo do rendimento habitual, Pizzi entrou com a corda toda na Liga 2018/19.

Na ausência estrela maior (Jonas), o médio transmontano puxou para ele o papel de protagonista do Benfica-V. Guimarães com uma primeira parte de sonho que arrasou por completo a equipa minhota, que renasceria quase que das cinzas na etapa complementar.

Pizzi, Pizzi, Pizzi. Foram três os golos do jogador dos encarnados - aos 10’, aos 30’ e aos 38 minutos -, que levaram a Luz à ebulição absoluta antes dos suores frios na reta final do jogo.

Ainda que esteja mais habituado a servir do que a finalizar, esta não foi a primeira vez que Pizzi fez um hat-trick na carreira. Há sete anos, mais concretamente a 8 de maio de 2011, brilhou ao serviço do Paços de Ferreira num empate a três golos no Estádio do Dragão. Dessa vez, ao contrário de agora, faturou só na segunda parte: 48’, 59’ e 87 minutos.

«Gravei o jogo, já vi os golos e achei que estive bem», disse o então extremo de 21 anos em conversa com o Maisfutebol no dia seguinte ao jogo.

Pizzi, agora uma das peças mais influentes do Benfica, contribuiu para manter vivo um registo histórico que ainda hoje está na posse das águias: o de campeonato mais imaculado da história do futebol português, alcançado pelo britânico Jimmy Hagan em 1972/73, com 28 vitórias, dois empates e nenhuma derrota. Com esse empate, os dragões de André Villas-Boas somaram o terceiro empate na prova que viriam a terminar com 27 triunfos e três empates. Curiosidade: Rui Vitória era então o treinador do Paços de Ferreira.

Ligado ao Benfica desde 2012/13, para onde se transferiu via Atlético Madrid, Pizzi só se estreou de águia ao peito em 2014, após empréstimos sucessivos a Deportivo da Corunha e Espanhol. Utilizado esporadicamente por Jorge Jesus na primeira metade da época, saltou para a posição 8 após a saída de Enzo Pérez para o Valência em janeiro.

Na época seguinte, a lesão de Toto Salvio aliada ao surgimento de Renato Sanches voltou a fixar Pizzi no lado direito do meio-campo. De lá voltou para o centro do terreno em 2016/17, a melhor até agora: com 13 golos, dez deles no campeonato, foi preponderante no percurso até ao inédito tetra na história do clube da Luz.

Tal como neste arranque de época, também nessa altura as águias chegaram a estar órfãs de Jonas.