Manchester é o centro do futebol inglês mas o equilíbrio de forças mudou. O fim de semana confirmou a tendência de um City muito forte e deixou o United em choque, com aquela que foi a terceira derrota seguida da equipa orientada por José Mourinho. Passa obviamente por aí a ronda pela jornada de futebol internacional, mas também pelos golos. Foi um fim de semana de goleadores aos pares.

José Mourinho, não há volta a dar. Três derrotas seguidas não é normal para o Manchester United nem para ele. A única vez que lhe aconteceu, aliás, no decorrer de uma época foi na sua primeira temporada no FC Porto, pouco depois de chegar. Entre 19 e 27 de fevereiro de 2002 sofreu uma primeira derrota com o Real Madrid no Bernabéu, para a segunda fase de grupos, depois aquele desaire nas Antas frente ao Beira Mar (2-3), antes de quase uma década sem derrotas em casa para o campeonato, a seguir nova derrota com o Real Madrid, de novo nas Antas, por 1-2. De resto, tinha uma série de três derrotas no Chelsea em 2006, mas que passaram de uma época para a outra, a fechar o campeonato de 2005/06 e a abrir a época seguinte, com a Community Shield perdida para o Liverpool.

Portanto, são tempos estranhos a Mourinho, que numa semana foi batido pelo City, perdeu com o Feyenoord para a Liga Europa e saiu derrotado da visita ao Watford. A pressão sobre o treinador português na época em que chegou ao United levando consigo Ibrahimovic e furando o teto do mercado com a contratação de Pogba já era grande, agora tornou-se gigante. Mourinho queixou-se desta vez das coisas que não pode controlar, a falta de sorte, também um erro do árbitro, também diz que há jogadores a não conseguir lidar com a pressão, mas a ideia que vai passando é de dificuldades de controlo da situação pelo próprio Mourinho.

E depois, para piorar a vida a Mourinho, há o Manchester City. Oito vitórias em oito jogos oficiais esta época, o melhor arranque de sempre dos azuis de Manchester, agora com Guardiola. O Bournemouth não foi oposição para a equipa de Pep Guardiola, que confirmou o favoritismo com mais uma manifestação de solidez e posse de bola, numa equipa de que Guardiola já encontrou a alma: Kevin de Bruyne. O belga marcou mais um golo, de livre, fez duas assistências e no fim ouviu o mais rasgado dos elogios do treinador.

Mas há mais protagonistas no fim de semana de futebol internacional. Antes de mais Slimani, Islam Slimani. Depois de se ter estreado pelo Leicester a meio da semana, na Liga dos Campeões, o avançado contratado pelo campeão inglês ao Sporting assinalou o primeiro jogo na Premier League com nada menos que dois golos.

O primeiro

E o segundo

Não foi preciso nem uma semana para os adeptos do Leicester aprenderem a cantar por ele. «Ooohh Islam Slimani...»

Foi uma jornada de golos aos pares por parte de grandes avançados. Em Itália, Arkadiusz Milik saiu do banco a meia hora do final para dar ao Nápoles mais uma vitória, frente ao Bolonha. Marcou o primeiro golo na primeira vez que tocou na bola, depois ainda mais outro.

O avançado polaco que chegou para substituir Gonzalo Higuaín, quando o Pipita rumou à Juventus, assinou o seu terceiro bis. Seis golos desde que chegou, a marca é melhor até do que o arranque de Higuaín no clube.

Em Madrid foi a dividir por três. Dois de Antoine Griezmann, um de Gameiro e depois Fernando Torres a sair do banco a vinte minutos do fim para bisar também na goleada do At. Madrid ao Sp. Gijón.

Falávamos de números 9, mas depois há o 10. O Leganés tinha lançado o mote assim, antes do jogo com o Barcelona.

E foi o que Messi quis. Léo no seu melhor, dois golos e momentos de sonho na goleada do Barça, por 5-1. Também deu a bola para Suarez fazer o 2-0, inventou a jogada do 3-0 apontado por Neymar, o trio MSN a faturar e Léo para já com quatro golos a juntar-se a Suarez, Griezmann e Ruben Castro entre os melhores marcadores da Liga espanhola, numa ronda em que o Real Madrid foi à Catalunha vencer o Espanhol sem Cristiano Ronaldo nem Gareth Bale.

Para fechar a ronda pela Europa, um destaque que não é coletivo. Há uma equipa que não se deixa vacilar, mesmo tendo voltado a mudar de treinador. O Bayern Munique, agora de Carlo Ancelotti, somou a sexta vitória em outros tantos jogos, com 23 golos marcados e apenas um sofrido, precisamente neste sábado, na vitória sobre o Ingolstadt. A máquina pode não ser perfeita, mas continua a funcionar. Dono da bola, como ameaça tornar-se o Manchester City de Guardiola.