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Domínio previsível do Barcelona na lista das dez figuras mais relevantes do futebol mundial em 2015, por força da conquista de cinco troféus. Desde logo com a inclusão do técnico, Luis Enrique, mas também de um tridente ofensivo Messi-Suárez-Neymar (MSN) que se revelou absolutamente avassalador ao longo do ano.

Messi e Neymar então entre os três candidatos à Bola de Ouro, tal como Cristiano Ronaldo, destacado entre as Figuras Nacionais do ano. Nesta lista de Figuras Internacionais há espaço ainda para os rivais de Luis Enrique na corrida ao prémio de melhor treinador de 2015: Pep Guardiola e Jorge Sampaoli, o argentino que conduziu o Chile a uma conquista inédita da Copa América, decisiva também para a inclusão de Arturo Vidal no lote que se segue.

Confira então estes e outros nomes, na lista das dez figuras internacionais de 2015 (por ordem alfabética):


ARTURO VIDAL
Marcou o golo que garantiu o quarto «scudetto» (consecutivo) para o palmarés pessoal, e ainda ajudou a Juventus a vencer a Taça da Itália, mas os planos do «triplete» foram estragados pelo Barcelona na final da Liga dos Campeões. Foi a única desilusão desportiva de um final de temporada coroado com um outro título, porventura mais simbólico: a conquista da primeira Copa América para a seleção chilena, e a jogar em casa.
Um momento histórico que Vidal até podia ter falhado por causa de uma noite de folga em excesso. A 16 de junho, após o segundo jogo do Chile na prova, o jogador sofreu um acidente de viação quando conduzia embriagado. A federação e o selecionador Jorge Sampaoli decidiram manter Vidal na equipa e o médio retribuiu dentro de campo: com três golos e uma assistência liderou a seleção chilena até à conquista inédita da Copa América, assumindo mesmo o estatuto de MVP da final com a Argentina, decidida no desempate da marca de grande penalidade.
Poucos dias depois foi confirmado como reforço do Bayern, por uma verba próxima dos 40 milhões de euros. Um regresso do internacional chileno à Bundesliga, a primeira paragem no futebol europeu, quando foi contratado pelo Bayer Leverkusen ao Colo Colo, em 2007.


JORGE SAMPAOLI
A revelação de 2015, com direito a inclusão entre os três finalistas ao prémio FIFA para treinador do ano. É o segundo sul-americano a figurar neste lote, sucedendo assim a Diego Simeone, terceiro classificado em 2014.
Embora seja argentino, tal como «Cholo», foi no Chile que conseguiu construir quase toda a sua reputação. Primeiro no Universidad do Chile, clube pelo qual conquistou três títulos nacionais e uma Taça Sul-Americana, e depois como selecionador deste país, cargo que assumiu em 2011. Quatro anos depois ofereceu a primeira Copa América a «La Roja», numa prova disputada em casa mas marcada também pelo acidente de viação de Arturo Vidal, a maior estrela da equipa, apanhado com álcool no sangue, num caso de difícil gestão.
Admirador de Marcelo Bielsa, embora faça questão de salvaguardar algumas diferenças, Sampaoli adotou um modelo de jogo idêntico ao que tinha sido incutido pelo compatriota na seleção chilena: pressão constante com o intuito de recuperar a bola o quanto antes e assim conseguir um domínio sobre o jogo que gosta de conservar com uma circulação de bola sólida. Surpreendeu em recorrer a médios para o eixo da defesa, e quando confrontado com os problemas da equipa nos lances de bola parada deixou claro que a prioridade é a primeira fase de construção de jogo. «Se o início não for bom então o fim será ainda pior», defendeu em entrevista à Cadena COPE, na qual deixou clara a sua preocupação em apresentar um futebol atrativo.
É é por isso que diz valorizar ainda mais a presença entre os finalistas ao prémio de treinador do ano. Por ter a possibilidade de partilhar esse momento com Luis Enrique e sobretudo com Pep Guardiola, a sua maior referência atual.


LIONEL MESSI
Não fosse a derrota da Argentina na final da Copa América, frente ao anfitrião Chile, e teria sido um ano quase perfeito para Messi, depois da conquista de mais um «triplete» com o Barcelona.
Foi um golo de Messi, de resto, que permitiu ao Barça recuperar o título espanhol, e logo no Estádio Vicente Calderón (0-1), vingando assim a festa que o Atlético de Madrid tinha feito no ano anterior em Camp Nou.
Foi precisamente no recinto «blaugrana» que disputou-se a final da Taça do Rei, conquistada diante do At. Bilbao com «bis» de Messi (3-1). Nomeado para o Prémio Puskas, o primeiro desses tentos está entre as melhores obras do argentino: recebeu a bola junto ao meio-campo, do lado direito, ultrapassou quatro adversários e finalizou já dentro da área, com um remate de pé esquerdo ao poste mais próximo.
Não marcou no dia da conquista da Liga dos Campeões, à Juventus, mas nas meias-finais tinha assinado outro dos momentos altos do ano, frente ao Bayern de Pep Guardiola: o golo em que derruba Boateng com uma finta de corpo e depois pica a bola por cima de Manuel Neuer.
Esteve lesionado entre setembro e novembro, mas no regresso recuperou rapidamente a boa forma e ainda marcou o primeiro golo na final do Mundial de Clubes, frente aos compatriotas do River Plate, atingindo assim os 51 golos (e 26 assistências) em 2015.


LUIS ENRIQUE
Saiu do Barcelona pela porta B, em 2011, e regressou três anos depois para confirmar que era a pessoa certa para revitalizar a equipa «blaugrana». Fiel a princípios que bem conhece - foram oito anos como jogador do clube e outros três como treinador da formação -, mas sem perder a capacidade para implementar ideias diferentes, procurando rentabilizar as características de jogadores que entretanto chegaram ao clube e salvaguardando a saída de outros, como o histórico Xavi.
Das seis provas que disputou até ao momento (e que já foram decididas), só deixou fugir uma: a Supertaça de Espanha, para o At. Bilbao, no passado mês de agosto. Uma marca quase indolor num percurso que já conta com uma Liga espanhola, uma Taça do Rei, uma Liga dos Campeões, uma Supertaça Europeia e um Mundial de Clubes.
E pensar que Luis Enrique entrou em 2015 a lidar com notícias sobre uma possível demissão, sobretudo depois de uma derrota no reduto da Real Sociedad logo a abrir (4 de janeiro), num jogo em que prescindiu de Neymar e de Messi, e perante os rumores de uma relação conturbada com o argentino. Termina o ano com cinco troféus na mão e como grande favorito à conquista do título de treinador do ano.


LUIS SUÁREZ
Entrou em 2015 ainda a conhecer os cantos a Camp Nou, por força da suspensão cumprida entre julho e outubro, relacionada com a mordidela a Chiellini no Mundial2014. Festejou o «reveillon» com apenas três golos com a camisola do Barcelona, mas o ponto de viragem surgiu a 24 de fevereiro: o dia do primeiro «bis», a garantir a vitória sobre o Manchester City (1-2), na primeira mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões. A cena repetiu-se nos «quartos», em Paris, e na final marcou um dos golos que garantiu a vitória do Barcelona frente à Juventus (1-3).
O avançado uruguaio destacou-se sobretudo no perído em que a equipa esteve privada de Lionel Messi, conseguindo uma série de oito jogos consecutivos a marcar (nos quais marcou doze tentos), aliando-se a Neymar para minimizar o impacto da ausência do argentino.
Nas meias-finais do Mundial de Clubes não contou com nenhum dos parceiros habituais de ataque e apontou os três golos da vitória sobre o Guangzhou Evergrande de Luiz Felipe Scolari, somando depois mais dois golos na final com o River Plate, já com a companhia de Messi e Neymar. E assim atingiu a impressionante marca dos 46 golos em 56 jogos em 2015, ainda com um jogo por disputar (frente ao Betis, no penúltimo dia do ano), e sem qualquer jogo pela seleção, da qual esteve afastado ainda por causa da mordidela a Chiellini.


MASSIMILIANO ALLEGRI
Assumiu uma herança muito pesada em julho de 2014, quando aceitou assumir o comando técnico da Juventus. Figura histórica do emblema de Turim, Antonio Conte tinha deixado o cargo devido a divergências com a direção, e não por causa de resultados, até porque era tricampeão italiano. Antigo treinador do Milan, Allegri foi contestado por uma centena de adeptos logo quando se apresentou ao serviço, mas no final da temporada tinha-os na mão.
Ainda que revalidar o «scudetto» fosse quase uma inevitabilidade, perante o mau momento dos rivais, Allegri termina o campeonato com dezassete pontos de vantagem (tal como Conte no ano anterior), e conquista ainda a Taça de Itália, algo que o antecessor tinha falhado. Mas foi no contexto europeu que Allegri elevou a fasquia, com o regresso da «vecchia signora» a uma final europeia, doze anos depois. A Juventus não conseguiu o 13º troféu internacional, que seria o terceiro de campeão europeu, mas o técnico justificou plenamente a aposta.
En 2015/16 a concorrência interna está mais forte, e a Juventus encontra-se afastada da liderança, algo pouco habitual nos últimos anos, mas ainda em plena condição de lutar pela revalidação do título, enquanto que na Liga dos Campeões terá um entusiasmante embate com o Bayern de Munique nos oitavos de final. Allegri sabe que o crédito desaparece rapidamente e procurará evitar o percurso descendente que fez no Milan, onde conquistou o «scudetto» na época de estreia mas depois não conseguiu repetir o feito, acabando despedido a meio da quarta temporada no clube.


NEYMAR
2015 foi o ano do Grito do Ipiranga para Neymar, que reinvidicou maior protagonismo no Barcelona e no futebol europeu, motivo pelo qual está pela primeira vez entre os finalistas da Bola de Ouro. Ajudou o Barcelona a conquistar cinco títulos, mas foi na Liga dos Campeões que mais brilhou. Apontou dez golos na prova, quatro dos quais entre as meias-finais e a final. Acabou mesmo por ser o melhor marcador da «Champions», em igualdade com Lionel Messi e Cristiano Ronaldo, mas com menor tempo de utilização. Para além disso tornou-se o primeiro jogador a marcar numa final da Taça Libertadores e na final da Liga dos Campeões.
A contrastar com a afirmação europeia de Neymar esteve a participação na Copa América, com o avançado a ficar novamente com recordações negativas da seleção colombiana. No Mundial2014 foi a célebre lesão provocada por Zuniga, que o fez perder as meias-finais com a Alemanha, e agora a expulsão já depois do apito final do encontro da segunda jornada da fase de grupos, que o afastou do resto da competição (o «escrete» foi eliminado nos quartos de final).
Mais do que a finta polémica nos minutos finais da final da Taça do Rei, com o Barcelona a vencer o At. Bilbao por 3-1, foi essa reação intempestiva na Copa América que mostrou que Neymar tem ainda de melhorar o controlo das emoções. Mas no que diz respeito ao rendimento puramente desportivo é notório o amadurecimento do brasileiro, mais consciente agora do contexto em que está inserido. Os números são claros: 45 golos e 15 assistências em 61 jogos (entre clube e seleção).


«PEP» GUARDIOLA
Uma época de «serviços mínimos» para aquele que tem sido o padrão do Bayern, mas que terá sempre de ser vista como uma das mais meritórias do ano. O clube bávaro revalidou o título alemão, que é o mínimo que se exige por estes dias, e desta vez até falhou a conquista da Taça da Alemanha, mas juntar a isto a presença nas meias-finais da Liga dos Campeões não pode ser visto como um fracasso.
Guardiola voltou a ser afastado da final europeia pela equipa que depois acabaria por conquistar o título continental: em 2014 foi o Real Madrid e agora a sua ex-equipa, o Barcelona. Mas a verdade é que o Bayern proporcionou alguns dos momentos mais inesquecíveis do ano: um 8-0 ao Hamburgo e um 6-0 ao Paderborn uma semana depois; um 7-0 ao Shakhtar e um 4-0 em Bremen no sábado seguinte; o 6-1 ao FC Porto a corrigir a derrota no Dragão; ou mesmo as três goleadas em casa na presente edição da Liga dos Campeões (5-0 ao Dinamo de Zagreb, 5-1 ao Arsenal e 4-0 ao Olympiakos). A fasquia está tão alta que vencer por menos de três golos já sabe a pouco.
E entre os vários espetáculos de qualidade oferecidos pelo Bayern ao longo da época, Guardiola continuou a experimentar. A procurar soluções para o crescente conhecimentos dos adversários em relação à sua forma de jogar. A procurar ser melhor, a provar que não está agarrado a nenhum livro, apenas a alguns ideais que considera inegociáveis. As mudanças são sempre uma incógnita, por mais suaves que sejam, mas o que é certo é que Guardiola está sempre a introduzir novos debates à discussão sobre o jogo.
A fechar o ano ficou a saber-se que esta será a última temporada no comando técnico do Bayern. O próximo passo será a Premier League, muito provavelmente.


ROBERT LEWANDOWSKI
Aquilo que fez a 22 de setembro já seria suficiente para merecer um lugar entre as figuras internacionais do ano. Nesse dia o avançado polaco entrou ao intervalo da receção do Bayern de Munique ao Wolfsburgo, quando a sua equipa perdia por um a zero. Ao minuto 60 já a equipa de Pep Guardiola vencia por 5-1, com todos os golos apontados por Lewandowski, no espaço de oito minutos e 59 segundos.
Isto valeu-lhe quatro recordes do Guiness: o mais rápido a marcar um «hat trick», o mais rápido a marcar quatro golos e o mais rápido a marcar cinco, tornando-se também o primeiro jogador suplente a marcar cinco golos.
O avançado polaco esteve absolutamente imparável nesse período, ao embalar para uma série de quinze golos em seis jogos. Dois dos quais ao serviço da seleção, contribuindo com dezasseis golos para o apuramento para o Euro2016, igualando assim o recorde em fases de qualificação.
Chega ao fim de 2015, ano em que conquistou a Bundesliga, com 49 golos marcados em 58 jogos. Notável!


UNAI EMERY
Está longe de ser um nome consensual no futebol espanhol, e até mesmo entre os adeptos do Sevilha, sobretudo por ser acusado de um estilo «resultadista». Mas se há quem atire a qualidade de jogo para segundo plano e depois nada vença, Unai Emery tem enriquecido o palmarés do Sevilha, sobretudo a nível internacional.
Pelo segundo ano consecutivo a equipa dos portugueses Beto Pimparel, Daniel Carriço e Diogo Figueiras (entretanto cedido ao Génova) ergueu a Liga Europa. O Sevilha passou assim a ter quatro versões do troféu no seu museu, algo de que mais nenhum emblema se pode gabar.
A regularidade é, indiscutivelmente, uma das imagens de marca de Emery, que conduziu também o Sevilha à quinta posição da Liga espanhola pela segunda temporada consecutiva. Os 76 pontos somados estabeleceram um novo recorde na história de participações do clube em «La Liga».
Ainda assim os resultados oscilantes no arranque da temporada 2015/16 – primeira vitória na Liga espanhola apenas à sexta jornada – fizeram logo surgir alguma contestação, mas aos poucos o Sevilha foi recuperando a regularidade e agora já está em plena discussão dos lugares europeus.
Na Liga dos Campeões falhou o apuramento para os oitavos de final, terminando o grupo atrás de Manchester City e Juventus, mas a repescagem para a Liga Europa deixa já a «afición» a sonhar com a terceira festa seguida.

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