Filipe Luís recordou ao El Mundo a altura em que chegou ao Atlético de Madrid, então orientado por Quique Flores. O lateral-esquerdo, que abordou outros temas», lembrou que o balneário colchonero era um lugar pouco aconselhável nesses tempos.

«Para se perceber o que se passava, é preciso colocar as coisas no contexto. Quando cheguei ao Atlético, em 2010, vivia-se um desastre», disse o internacional brasileiro.

«A equipa não tinha nenhuma estabilidade, Quique Flores tentava fazer milagres com um balneário muito complicado, no qual havia jogadores que não passavam a bola uns aos outros», revelou Filipe Luís.

«Foi assim até que chegou Simeone e mudou tudo», garantiu. «Mesmo assim, naqueles primeiros anos com ele, sempre houve no balneário um receio de que tudo se ia acabar e que tudo ia ser como antes. Não ir sequer à Liga Europa, ser nono no campeonato, cair na Taça frente a uma equipa da segunda B», acrescentou o defesa.

Filipe Luís considerou que «isso gera um clima difícil no balneário» pois «ouve-se que um quer sair, que outro quer ganhar mais, que aqueloutro tem um pré-contrato com alguém» e que, portanto, «tudo se vai acabar e o melhor é aproveitar o momento» que se vive.

«Felizmente, esses dias ficaram para trás definitivamente e agora, em vez de sair, toda a gente quer vir para cá», rematou sobre este tema.

O brasileiro comentou ainda o tema do momento em Espanha, a questão da independência da Catalunha. Filipe Luís confessou-se «fã de Piqué», jogador do Barcelona que defendeu o direito ao referendo catalão, «embora, por vezes, não concorde com ele».

O lateral do Atlético concluiu de seguida: «Ele arrisca [dar opinião]. Tal como Arbeloa [ex-jogador do Real Madrid]. São pessoas que não têm medo de dizer o que pensam, não se escondem atrás da fama para não serem incomodados. É admirável e oxalá que houvesse mais de nós, futebolistas, a sermos como eles.»