O massagista Mão de Pilão tentava levantar os ânimos, contando episódios folclóricos do futebol brasileiro, mas não se notava naquele grupo a confiança dos grandes momentos. À partida para Sevilha o otimismo não abundava. O Benfica tinha empatado em casa com o Sp. Braga, mesmo com os métodos inovadores do treinador Otto Glória parecia difícil jogar de igual para igual com os estrangeiros.

O Benfica estreava-se fora de casa na Taça dos Campeões Europeus a 19 de Setembro de 1957 e poucos jogadores da equipa tinham real experiência internacional. Depois, havia o complexo com a Espanha. Sevilha não parecia o sítio ideal para começar. Coluna, José Águas e Cavém já estavam na Luz, mas a equipa ainda era desequilibrada.

O primeiro golo europeu foi sofrido aos 47 minutos, por Pauet. O descalabro anunciava-se, mas o Benfica adiou-o, três minutos depois. Palmeiro recebeu um passe de Coluna e rematou cruzado, batendo Busto. Os espanhóis fizeram mais dois golos, o jogo terminou 3-1. Na Luz, na segunda mão, um 0-0 que apurou o Sevilha. Começava mal a aventura europeia do Benfica.

Anos mais tarde, Palmeiro contou ao Maisfutebol a história desse jogo. Um depoimento que faz parte do livro «Sport Europa e Benfica», de 2006. «Lembro-me bem desse golo. Recebi a bola do Coluna, passei por um defesa e rematei a curta distância, pelo ar. Na altura foi o golo do empate, eles tinham marcado logo depois do intervalo. Esse momento ficou para a história. Foi o primeiro golo do Benfica nas provas europeias e depois, na segunda participação, em 1960, partimos para uma jornada de glória. Ainda pertenci ao grupo de 1961, que venceu a primeira Taça dos Campeões, mas depois tive um problema com o Bela Guttmann e pedi para sair, já não estive na segunda vitória.

Onze do Benfica em Sevilha: Bastos; Calado e Ângelo; Pegado, Serra e Alfredo; Palmeiro «cap» e Coluna; Águas, Caiado e Cavém. Otto Glória era o treinador.