Michael, jogador do Flamengo, revelou agora que passou por uma grave depressão e que chegou mesmo a pensar em suicidar-se no período em que Jorge Jesus comandou a equipa técnica do clube carioca. Em entrevista ao canal do Youtube «Barbaridade», o avançado revela um pedido de ajuda ao treinador português, agora no Benfica.

«Tive uma depressão no ano passado e sofri muito com isso. Estava no hotel e quis suicidar-me. Vieram-se à cabeça certos pensamentos e queria saber como era atirar-me do prédio. Então, gritei por socorro, pela minha mulher, pelo doutor Tanure, pelo Diego Ribas, pelo Diego Alves, pelo Filipe Luís, pelo Rafinha e pelo Marcos Braz também. Eles fizeram-me sentir querido, abraçado. Tiveram um cuidado comigo que ninguém antes tinha tido», começa por contar o jogador de 25 anos, inspirado no exemplo da ginasta norte-americana Simone Biles.

Um momento difícil em que o jogador revelou uma enorme dificuldade em conseguir dormir sozinho, mas que conseguiu ultrapassar com o apoio da estrutura do clube. «No momento em que eu mais precisei de um amigo, os funcionários do Flamengo estenderam-me a mão. Deus usa as pessoas para ajudar. Hoje posso dizer que a depressão é um problema que tem cura, pelo menos para mim teve. Consigo exercer melhor minha profissão», prosseguiu.

Foi no período mais complicado que Michael pediu ajuda a Jorge Jesus. «Houve um dia em que não estava a conseguir concentrar-me e fui ao quarto do Jesus e disse-lhe: “manda-me embora, rescinde o meu contrato, sei lá, faz o que bem entenderes”. Eu chorava, não conseguia expressar-me como deve de ser. Não conseguia dormir sozinho. Ele disse que não me mandaria embora e perguntou-me se dormia bem em casa», revelou.

O treinador português passou a colocar Michael no mesmo quarto de Ramon ou Matheuzinho durante os estágios do Flamengo e o jogador passou a ter acompanhamento psicológico e psiquiátrico.

«Estou muito grato pelo que fizeram por mim. Não tenho vergonha de falar disto porque quase toda a gente passa por depressão, mas ninguém o assume. O orgulho não serve para nada, só serve para nos matar. A gratidão que tenho pelo Flamengo, principalmente pelos seus profissionais, será para o resto da minha vida. Quando mais precisei de um amigo, o Flamengo estendeu-me a mão», contou ainda Michael.