Lin Xiaohua, vice-presidente da Federação Chinesa de Futebol (CFA), foi um dos oradores desta quinta-feira no Football Talks, evento de conferências que decorre no Estoril até a final da semana.

O dirigente falou sobre os planos a médio e longo prazo traçados para o desenvolvimento do futebol chinês e que se tem manifestado, numa primeira fase, através da ida de jogadores e treinadores de topo para aquele país.

«Estamos a tentar manter a calma e a tentar atingir um desenvolvimento constante e sustentável do futebol chinês», referiu o vice-presidente da CFA, lembrando que estão em marcha projetos que serão para cumprir até 2050.

Consciente do longo caminho que a China tem ainda pela frente (lembrou, por exemplo, que o país ocupa o 87.º lugar no ranking masculinho da FIFA), Lin Xiaohua lançou para cima da mesa as bases em execução para que os frutos comecem a ser colhidos no futuro.

Até 2020 está previsto o aumento do número de campos de futebol de 10 mil para 70 mil até 2020, a criação de dois centros de treino nacionais, um no norte e outro no sul no país e a abertura ao público de 20 mil escolas de futebol.

Fazer chegar o desporto-rei às massas para aumentar exponencialmente o número de praticantes (chegar aos 5 milhões de federados em breve) e a base de recrutamento num país que não tem mais do que 2 mil clubes amadores, número reconhecidamente baixo para a nação mais populosa do mundo.

«Muitos dos clubes profissionais chineses não têm mais de 20 anos. O profissionalismo é relativamente recente na China», observou Lin Xiaohua durante a intervenção.

Construir a casa da base até ao topo, de forma sustentável, sem queimar etapas e com paciência… de chinês. «É muito difícil que os clubes profissionais sobrevivam na China. Muitos não têm um programa de desenvolvimento», reconheceu o dirigente, referindo que a intenção é que todos os clubes profissionais tenham pelo menos três equipas dos escalões de formação.

Para Lin Xiaohua, os resultados do investimento no futebol já começam a ver-se, ainda que o essencial ainda esteja por cumprir: em 2016, a assistência média nos estádios da Superliga chinesa era de 24 mil espetadores por jogo e o campeonato já desperta interesse além-fronteiras. «Estamos agradados por ver que a Superliga está a transmitir para 96 países do mundo, incluindo países de elite na Europa», apontou.