A Federação Internacional do Automóvel (FIA) convocou as sete equipas que boicotaram o Grande Prémio dos Estados Unidos em Fórmula 1, onde apenas correram seis pilotos e o português Tiago Monteiro foi terceiro, para uma audiência a realizar a 29 de Junho. O organismo pretende explicações sobre as ausências das escuderias que usam pneus Michelin.
Em comunicado, a FIA defendeu de resto a sua posição e a recusa de fazer as alterações pedidas pela marca de pneus. «A Fórmula 1 é uma competição desportiva. Tem de se guiar por regras claras. Elas não podem ser negociadas cada vez que um competidor traz os equipamentos errados para a corrida», defende a FIA em comunicado.
A Ferrari, a Jordan-Toyota do português Tiago Monteiro e a Minardi, todas equipadas com pneus Bridgestone, foram as únicas que disputaram a corrida. As outras sete equipas não participaram alegando falta de segurança, face aos pneus que a Michelinalevou para o circuito norte-americano de Indianápolis (Indiana). Até à partida para o Grande Prémio, as equipas tentaram convencer a FIA a introduzir uma chicane no circuito para reduzir a velocidade dos carros e permitir que os seus pneus aguentassem a corrida, mas a pretensão foi recusada pelo organismo, que este ano introduziu a obrigatoriedade de as equipas utilizaram os mesmos pneus na qualificação e na corrida.
«A Michelin parece não ter entendido que isso seria altamente injusto, tal como contrário aos regulamentos. A chicane forçaria todos os carros, incluindo os equipados com pneus preparados para altas velocidades, a correr num circuito cujas características seriam substancialmente alteradas», acrescentou a FIA.
A marca de pneus francesa defendeu já a decisão de aconselhar os seus clientes a não participarem na prova norte-americana por razões de segurança, pela voz do seu director adjunto de competição, Frederic Henry-Biabaud. «Não estamos nada embaraçados com a nossa decisão, apesar de a lamentarmos pelos fãs da Fórmula 1 e pelos pilotos. Consideramos que foi uma decisão razoável e fomos profissionais ao ponto de colocarmos em primeiro lugar a segurança dos pilotos. Não tínhamos outra hipótese", afirmou Henry-Bibaud, citado pela Associated Press.
O Grande Prémio dos Estados Unidos acabou por apenas ser disputado por seis carros e ganho pelo alemão Michael Schumacher, à frente do seu colega de equipa na Ferrari, o brasileiro Rubens Barrichello, que foi segundo, enquanto Monteiro obteve o terceiro lugar e os seus primeiros seis pontos na classificação do Mundial de pilotos.