Mick Schumacher detalhou os motivos que estiveram na base do violento acidente sofrido na sessão de qualificação para o Grande Prémio da Arábia Saudita.

«O carro escorregou um pouco na curva 9 e isso afetou a temperatura do pneu e a posição em pista. E depois subi o corretor e basicamente foi isso: estava uns 20 centímetros ao lado de onde queria estar e isso fez com que o pneu traseiro saltasse para cima do corretor. (...) Vi outros pilotos de outras equipas a terem problemas idênticos, mas eles conseguiram segurar os carros e eu não.»

A partir desse momento, o piloto da Haas percebeu que o despiste era inevitável, também devido aos novos fundos dos carros, mais próximos do chão do que no ano passado. «Na maioria das vezes em que temos ou acidente ou algo corre mal, o tempo muda um pouco, parece que passa mais devagar. Vi o muro a chegar e preparei-me para o impacto», relatou em declarações à Sky Sports.

O filho do heptacampeão mundial Michael Schumacher disse estar bem, mas que se este acidente tivesse ocorrido, por exemplo, nos tempos em que o pai corria na Fórmula 1, não teria a mesma sorte. «Conseguir sair disto assim, mostra a segurança dos carros de hoje em dia. Penso que se fosse há 20 anos não teria conseguido», disse, reconhecendo que é preciso discutir os perigos do circuito de Jeddah, um dos mais rápidos da Fórmula 1, citadino e, por isso, praticamente sem escapatórias possíveis. «Temos de olhar para algumas coisas. Não sei o que acontecerá no futuro, mas temos de ter uma discussão séria.»

Apesar de se sentir bem, o piloto de 23 anos vai assistir de fora ao primeiro Grande Prémio da época. O carro que conduzia partiu-se em dois e a equipa Haas decidiu não fazer alinhar o terceiro monolugar numa pista onde os riscos de um acidente são mais elevados. «Queremos preservar o carro para Melbourne. Queremos correr lá e se acontecesse algo hoje não conseguiríamos.»

O Grande Prémio da Austrália, terceira prova do Mundial de Fórmula 1, está marcado para domingo, 10 de abril.