O Grande Prémio do Qatar teve a normalidade de ver Max Verstappen vencer mais uma corrida na Fórmula 1, mas foi anormal para quase todos os pilotos, que a descreveram como a prova mais difícil que tiveram durante a carreira.
E tudo por causa do calor extremo que se fez sentir durante a noite de domingo no Circuito Internacional de Lusail: a sensação térmica chegou a ser superior aos 40 graus.
George Russell tirava as mãos do volante quando passava na reta da meta, por exemplo. O piloto britânico da Mercedes confessou depois da corrida que parecia que alguém lhe estava a apontar um secador quente dentro do capacete.
A temperatura faz-se sentir em Lusail 😔#sporttvportugal #F1naSPORTTV #F1 #QatarGP #BetanoF1 pic.twitter.com/oUADWvk8Aw
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Antes de Russell arrefecer as mãos, já Fernando Alonso, um atleta mais do que habituado a estas andanças, a queixar-se: mais ou menos da corrida, o espanhol perguntou à Aston Martin se não o podia molhar com água na próxima vez que parasse nas boxes.
À 40.ª volta, Logan Sargeant cedeu ao calor. O rookie da Williams tinha começado a semana com febre, e para eles as condições estavam a ser especialmente duras. «A decisão é tua, não tens de ter vergonha de parar se não estás a sentir-te bem», respondeu a equipa quando o jovem de 22 anos sugeriu abandonar – o que acabou por acontecer.
Sargeant passou pelo posto médico e foi-lhe diagnosticada desidratação, e o mesmo aconteceu ao companheiro Alex Albon. A Williams informou que o tailandês também foi ao posto médico para «ser tratado por exposição aguda ao calor».
E houve até quem vomitasse dentro do monolugar durante a corrida, como foi o caso de Esteban Ocon, da Alpine. «Foi a corrida mais difícil da minha carreira. À volta 15, senti-me doente e vomitei no carro, durante cerca de duas voltas. Depois de algumas voltas, consegui acalmar-me e controlar a situação. Devíamos correr aqui em dezembro, não em outubro. Foi demasiado», disse, à SportTV.
Se Ocon vomitou, Lance Stroll sentiu-se a desmaiar, ele que assim que saiu do carro se dirigiu a uma ambulância para ser assistido: «A 20 voltas do fim o meu estado começou a piorar, estava a desmaiar no carro. Estava a tentar controlar os limites de pista, mas o problema é que não conseguia ver para onde estava a ir porque estava a desmaiar. Estava a desfalecer completamente.»
O Qatar foi um desafio gigante para os pilotos 🥵#sporttvportugal #F1naSPORTTV #F1 #QatarGP #Ocon pic.twitter.com/kXFj9oFRV0
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Muitos foram os pilotos que tiveram dificuldade em sair do carro, no final de uma corrida em que chegaram ao limite. Lando Norris e Charles Leclerc foram dos mais vocais a pedir uma reflexão sobre a realização do Grande Prémio do Qatar nesta altura do ano.