Fernando Gomes mostra-se disposto a fazer a vontade a Paulo Bento e discutir o futuro do seleccionador nacional ainda antes do Euro 2012. O candidato à presidência da Federação Portuguesa de Futebol promete analisar de imediato essa situação, caso seja eleito.

Carlos Marta quer proteger o jogador nacional

«O Paulo Bento vai ter a sua situação definida logo que entrarmos. Vamos procurar conhecer a sua matriz contratual e não deixaremos de tomar, em tempo oportuno, uma decisão», disse o actual presidente da Liga, em entrevista à agência Lusa.

Assumindo uma opinião «extremamente positiva» sobre o técnico, Fernando Gomes realça a «importância decisiva no apuramento para o Euro2012», levando «a bom porto aquilo que, à partida, era uma tarefa quase impossível de realizar».

Questionado sobre o afastamento de Ricardo Carvalho e Bosingwa da Selecção, o candidato à FPF defendeu que Paulo Bento «tomou a melhor decisão na salvaguarda da Selecção e do grupo que tinha à sua disposição», e mostrou-se disponível para tentar uma reconciliação, mas «em nenhuma circunstância pondo em causa a autoridade de quem tem responsabilidade de tomar as decisões».

O reduzido número de jogadores portugueses na Liga foi também um dos assuntos abordados na entrevista, com Fernando Gomes a mostrar-se disposto a adoptar medidas que possam inverter essa tendência: «É possível essa regulamentação, compaginando sempre dois interesses: o alargamento da prática aos jogadores portugueses e salvaguardar a capacidade competitiva das equipas que participam nas competições europeias, que é fundamental para a afirmação do futebol português».

No que diz respeito à eleição dos conselhos de Disciplina, Fiscal, Arbitragem e Justiça através do método de Hondt, o dirigente acredita numa coabitação saudável. «As pessoas são crescidas e inteligentes. Naturalmente que, numa primeira fase, admito que seja um pouco mais difícil. Mas com o andar da carruagem acredito que o bom senso e aquilo que as pessoas têm como missão vão prevalecer, no sentido de encontrar as plataformas de entendimento e coabitação para levar a bom porto as missões e tarefas que lhes forem confiadas», defendeu.

Confrontado com a possibilidade de Portugal perder força nas instâncias internacionais, com a saída de Gilberto Madaíl, Fernando Gomes lembrou o convite que fez ao actual líder federativo, para que se tornasse presidente honorário. Em todo o caso entende ser o «candidato mais credenciado», pois já pertenceu a vários comités da UEFA e da FIFA.