O milionário russo Dmitry Rybolovlev tinha definido como objetivo primordial para a primeira época no Mónaco o apuramento para a Liga dos Campeões e a aposta nos jogadores certos não lhe deixou falhar o objetivo, tendo deixado um sério aviso ao rival Paris Saint-Germain, que terá de suar mais uma jornada para poder celebrar o título francês.

De regresso à Ligue 1 os monegascos alcançaram o segundo lugar, provando que é possível ir mais longe. Na próxima época arrancam num patamar superior, tal como tinha sido definido pelo proprietário antes do início da presente temporada, em entrevista ao L’Équipe: «Acabámos de subir da segunda divisão, ainda temos mais ambição e esperança. O nosso principal objetivo é qualificarmo-nos para a Liga dos Campeões. Logo, veremos». O desafio daqui para a frente é manter a equipa na alta roda do futebol europeu.

O investimento de quase 150 milhões para reforçar o plantel teve efeitos imediatos, com Falcao, James Rodriguez, João Moutinho e Ricardo Carvalho a assumirem-se como figuras de proa. Com a lesão de Falcao ainda foi possível ir buscar Berbatov, que garantiu os golos necessários para segurar o segundo lugar.

No final de uma época em que a liderança de Claudio Ranieri não deixou de ser contestada é fácil de comprovar a quem foi exigido maior retorno pelo investimento. No top dos jogadores mais utilizados nas três competições em que o clube esteve envolvido (Liga, Taça de França e Taça da Liga) estão: James Rodriguez, Ricardo Carvalho, Lucas Ocampos, Jérémy Toulalan, Daniel Subasic, Emmanuel Rivière, João Moutinho, Mounir Obbadi, Fabinho e Geoffrey Kondogbia.

Neste lote estão os reforços James (ex-FC Porto), Ricardo (ex-Real Madrid), Toulalan (ex-Málaga), João Moutinho (ex-FC Porto), Fabinho (ex-Real Madrid) e Kondogbia (ex-Sevilha), que, no fundo, formaram o núcleo duro que suportou a boa época dos monegascos, com James Rodriguez em grande destaque, sendo o jogador com mais minutos e o terceiro melhor marcador (10 golos, atrás de Rivière que tem 13 e Falcao que marcou 11).

Para os portugueses foi uma temporada positiva, mas sem os títulos que marcaram as suas carreiras, pelo que também eles estarão à espera do próximo capítulo. João Moutinho impôs-se rapidamente no meio-campo e foi muitas vezes influente na construção do jogo, tendo ainda marcado um golo no empate com o Reims (1-1). Aos 35 anos Ricardo Carvalho fez o mesmo número de jogos de James (37) e tornou-se num dos inquestionáveis da defesa, mostrando que ainda tem futebol para jogar a alto nível e alcançou um marco importante: 600 jogos oficiais na carreira, como foi recordado com humor pelo clube.



Uma das grandes surpresas foi Fabinho, o lateral emprestado pelo Rio Ave, que também não demorou muito para agarrar a titularidade. 



A grave lesão de Falcao no final de janeiro, durante um inofensivo jogo da Taça de França, foi um duro revés na estratégia monegasca. À entrada para a 22ª jornada a equipa estava a apenas três pontos do PSG e a luta pelo título era uma realidade, mas a partir daí as dificuldades foram muitas e os parisienses escaparam-se, aproveitando para cavar diferenças, enquanto a equipa do principado somava três empates e três derrotas.

O Lille chegou a ameaçar o segundo lugar, mas os monegascos souberam reagir nos jogos mais importantes e seguraram o acesso direto à Liga dos Campeões. Agora é altura de pensar o futuro e há já quem fala na substituição de Ranieri, abrindo-se a porta para a contratação de um novo técnico, em princípio com a influência do empresário Jorge Mendes, que aprofundou as relações com o proprietário e deverá colocar também mais jogadores, enquanto Luís Campos se afirma como conselheiro na área técnica.

Muito provavelmente haverá lugar para mais portugueses, que poderão usufruir das excelentes condições de trabalho, para além dos muitos milhões nos bolsos e uma vista fantástica para o Mediterrâneo, como partilharam várias vezes nas redes sociais João Moutinho e James Rodriguez.