O Maisfutebol desafiou os jogadores e treinadores portugueses que atuam no estrangeiro, em vários cantos do mundo, a relatar as suas experiências para os nossos leitores. São as crónicas Made in Portugal:

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Furtado (AEK, Grécia):

«Olá, uma vez mais! Aproveito para desejar um bom ano a todos os portugueses.

Na última crónica já tinha escrito sobre um problema com os adeptos, mas a cena repetiu-se recentemente. E desta vez bem menos pacífica.

Como referi nas minhas crónicas anteriores, temos passado por um mau momento em termos diretivos, financeiros e classificativos. Fomos eliminados nos dezasseis-avos da Taça da Grécia, e na Liga ocupamos o penúltimo lugar da tabela.

No sábado passado jogámos no reduto do Asteras Tripoli (perdemos 3-1), e a dada altura o jogo teve de ser interrompido, uma vez que os nossos adeptos, como forma de protesto, começaram a atirar objetos para o terreno de jogo.

Um dia depois recebemos no treino a visita de um grupo de 30 ou 40 adeptos, «equipados» com ferros, paus e outros objetos perigosos. Durante a conversa gerou-se uma discussão e os ânimos exaltaram-se, com os adeptos a tentarem agredir-nos. O treinador, ao tentar falar com eles, foi empurrado. Parecia um filme de terror. A única solução foi fugir para o balneário rapidamente, até que a situação acalmasse. Tivemos várias horas à espera de ajuda policial, mas não apareceu. Só quando os ânimos acalmaram é que os jogadores conseguiram sair do centro de treinos, todos juntos, sem registo de problemas.

Agradeço a Deus por ter acabado tudo bem. Não passou de um tremendo susto, mas foi lamentável tudo o que se passou. Nós, jogadores, corremos o risco de viver situação idêntica no futuro. Ou até algo pior, se a situação classificativa não melhorar. Quase que atrevo a dizer que os funcionários do clube têm a vida em risco até final do campeonato!

Um abraço,

Furtado.»