Só faltava o FC Porto perder os primeiros pontos para se comprovarem os piores receios: a cruzada moralizadora do Benfica (também se pode chamar pressão) em torno das arbitragens tinha tudo para redundar numa espiral viciada de acusações e contra-acusações.

Vítor Pereira deu precioso contributo quando, numa análise intercalar às arbitragens da Liga, especificou erros de Olegário Benquerença que terão prejudicado o Benfica. Como se outros não tivessem ocorrido até à data da intervenção.

Havia, pelo discurso positivo que André Villas Boas vinha adoptando, uma réstia de esperança de que tudo não descambasse ao primeiro obstáculo. Mas descambou: o FC Porto não conseguiu vencer o Vitória de Guimarães e o treinador, muito antes de referir os falhanços de Moutinho ou Falcão, por exemplo, falou de um alegado penalty não marcado a seu favor.

Nada de novo no futebol português, portanto. São os próprios protagonistas, mais antigos ou mais recentes, quem cria as condições para estes caldos ferventes. Caldos que queimam muito quando escasseiam os pontos e atingem temperaturas vulcânicas ao aproximar-se um clássico. Sim, o FC Porto-Benfica é já daqui a um mês. Ou três jornadas, se se preferir...

PS - Villas Boas prometeu fazer mea culpa se não estivesse correcto na queixa sobre o tal penalty. Até para a semana.

* Editor desporto TVI