O médico da Selecção Nacional, Henrique Jones, afirmou, nesta terça-feira, que o futebol «é um desporto limpo de doping», durante uma palestra na Universidade do Algarve.

«A FIFA apanhou 0,05 por cento de atletas com doping e já se questiona se se deve gastar tanto dinheiro em controlos antidoping. Não existem indícios de recurso a doping para melhorar a performance no futebol e os poucos casos são praticamente todos de drogas sociais», explicou o clínico, citado pela agência Lusa.

O facto de cada controlo custar acima de um milhar de euros torna «preferível investir nos controlos surpresas, uma vez que os atletas com estatuto de alta competição pode ser controlados em casa a qualquer altura». «É necessário haver uma racionalização e custos», sustentou.

Henrique Jones alertou, contudo, para a generalização de substâncias dopantes em ginásios e que «é uma das principais preocupações dos médicos desportivos e da comunidade médica em geral». «Tumores, alterações de personalidade, redução dos testículos e esterilidade são cada vez mais frequentes nas pessoas que recorrem a estas substâncias. Cada vez mais jovens começam a tomar anabolizantes. Há jovens adolescentes baixos, com corpos cada vez mais fortes e com crescimento cada vez mais comprometido», afirmou.