Não é apenas o 1º de Dezembro, é também o primeiro do futebol feminino. Com a conquista da sétima Taça de Portugal do seu historial (em igual número de finais), que representa também a sétima «dobradinha», a equipa de S. Pedro de Sintra mostrou, uma vez mais, que é a maior potência nacional do futebol feminino. O Albergaria deu tudo o que tinha, e por isso foi um digno vencido, mas a diferença de qualidade foi indiscutível.

Outro ambiente, a mesma magia

As campeãs nacionais precisaram de apenas dezasseis segundos para criar a primeira situação de perigo, com Lara Matos a atirar por cima, na sequência de uma defesa incompleta de Ana Catarina Silva. O golo não tardou muito, no entanto. Estavam cumpridos escassos três minutos quando um livre de Filipa Galvão encontrou Paula Cristina ao segundo poste, para a conclusão de cabeça.

O 1º de Dezembro soube explorar a menor experiência do adversário, e de bola parada adiantou-se no marcador. Com indiscutível maior capacidade técnica, a equipa orientada por Nuno Cristóvão criou inúmeras situações de finalização na fase inicial da partida, utilizando dois trunfos fortes. Por um lado os lances de bola parada, cobrados quase sempre por Filipa Galvão. Por outro a velocidade de Andreia Silva, no lado direito, a deixar a cabeça em água a Matilde Marques, capitã do Albergaria. Exemplo disto foi o lance do segundo golo, com a camisola 18 do 1º de Dezembro a cruzar para a conclusão de Lara Matos (10m)

A reação do Albergaria surgiu após um desentendimento na defesa contrária, que deixou Juliana Guedes em excelente posição, mas o remate aparentou ter sido cortado com o braço de Mariana Cabral (25m). A árbitra Sílvia Domingos nada assinalou, e pouco depois foi prejudicada por um erro da assistente Ana Amorim, que invalidou incorretamente um golo ao 1º de Dezembro, apontado por Lara Matos, que partiu de posição regular (30m).

Na segunda parte o ritmo baixou, muito por culpa do cansaço que ambas as equipas foram acusando, mas ainda assim a superioridade do 1º de Dezembro esteve sempre à vista. As campeãs nacionais chegaram ao terceiro logo logo aos 52 minutos, por intermédio de Patrícia Gouveia, que apareceu isolada.

O quarto e último golo apareceu aos 65 minutos. As bolas paradas de Filipa Galvão voltaram a fazer estragos, com Ana Catarina Silva a sentir dificuldades para defender uma bola picada para a área, oferecendo a recarga a Filipa Patão.

FICHA DE JOGO:

Final da Taça de Portugal de Futebol Femino

Estádio Nacional, em Lisboa

Assistência: cerca de 4 mil espectadores

Árbitra: Sílvia Domingos (AF Algarve)

Auxiliares: Olga Almeida e Ana Amorim

Quarta-árbitra: Sandra Bastos

1º DE DEZEMBRO: Patrícia Morais; Mariana Cabral, Sara Ribeiro (Solange Carvalhas, 61m), Filipa Patão e Ana Sousa; Paula Cristina e Sílvia Brunheira; Andreia Silva, Filipa Galvão (Beatriz Fernandes, 74m) e Patrícia Gouveia; Lara Matos (Beta Caleja, 61m)

Suplentes: Paula Sousa, Susana Alves, Vanda Santos e Madalena Fontes.

Treinador: Nuno Cristóvão

ALBERGARIA: Ana Catarina Silva; Ana Carina Rodrigues, Matilde Marques, Mary Bento e Raquel Reis; Sandra Coutinho, Sara Granja e Ana Sofia Tavares (Beatriz Alves, 59m); Jéssica Silva, Juliana Guedes e Tatiana Pinto

Suplentes: Tânia Oliveira, Marta Pereira, Ana Rita Matos, Cátia Marques, Patrícia Oliveira e Joana Castela

Treinadora: Paula Pinho

Disciplina: cartão amarelo a Mariana Cabral (37m) e Sara Granja (77m)

Golos:

1-0 por Paula Cristina (3m)

2-0 por Lara Matos (10m)

3-0 por Patrícia Gouveia (52m)

4-0 por Filipa Patão (65m)