A situação não é nova, mas continua a repetir-se. Duas mulheres brasileiras foram enganadas e atraídas a viajar para Espanha, sob promessa de integração em equipas de futebol feminino, e acabaram a trabalhar na prostituição.
Foram agora presentes a juiz os indivíduos acusados da burla, um homem de 51 anos e três mulheres (de 27, 30 e 46 anos), todos cidadãos espanhóis. O ministério fiscal da Audiência Provincial de Valência pede uma pena de doze anos de prisão para cada um dos arguidos acusados de obrigar as brasileiras a prostituir-se, sob ameaças. O pedido inicial era de 22 anos de prisão, por crime contra os direitos de cidadãos estrangeiros e violência sexual.
O líder do esquema terá ido buscar as mulheres ao Brasil, pagando-lhes os bilhetes de avião. Uma vez em Valência, levou-as para o «local de trabalho», onde apresentou os quartos para dormir e «para trabalhar». Foi no La Samba que as raparigas se deram conta do engano e tentaram fugir, tendo sido impedidas pelo homem e a dona do espaço. Os factos decorreram em Setembro de 2005, quando, durante todo o mês, as brasileiras foram obrigadas a prestar «serviço», sem receberem dinheiro, e com a intimidação de que «os seus corpos podiam aparecem num lago por aí».
Apesar da falta de testemunhos, com a defesa a alegar que nenhuma prova foi realmente exposta, a pena de prisão manteve-se. Os acusados não quiseram falar perante o juiz, mas deram conta aos jornalistas da sua «inocência» e que tudo não passava de «uma montagem da Polícia», cita o jornal 20minutos.