Numa palavra: histórico!

Nunca a seleção portuguesa tinha vencido ou sequer marcado numa grande competição de seleções de futebol feminino.

Frente à Escócia, os dois feitos vieram de uma assentada, com um triunfo por 2-1 que deixa expetativas de apuramento para os quartos-final para o terceiro jogo diante da favorita seleção de Inglaterra.

Antes do derradeiro desafio britânico, este, diante de uma Escócia que até começou melhor no jogo.

O 4-1-4-1 escocês permitia um jogo bem mais apoiado e Portugal, em 4-3-3 com Cláudia Neto no vértice mais recuado do ataque, até viu uma bola embater no poste da baliza de Patrícia Morais, quando Lana Clelland rematou ao poste (18') depois de falhar de forma incrível uma recarga à boca da baliza.

Não marcou a Escócia, marcou Portugal… um golo histórico.

ESCÓCIA-PORTUGAL, 1-2: FILME DO JOGO

Carolina Mendes, a n.º 18, fez o futebol feminino português entrar na maioridade. É ela a autora do primeiro golo de sempre da Seleção Nacional num Campeonato da Europa: aos 28 minutos, aproveitou uma falha incrível de Vaila Barsley na área para na cara da guarda-redes escocesa atirar para o fundo da baliza.

Com o golo Portugal estabilizou e controlou não só o que restava da primeira parte como os primeiros minutos da segunda.

Até que aos 54’ minutos a equipa escocesa trocou Lana Clelland por Erin Cuthberth na frente de ataque e aí começou a principal dor de cabeça para a equipa nacional.

A avançada escocesa não tardaria a causar estragos e aos 69’ fez o golo do empate, após uma tabela com Caroline Weir, no bico da área, atirou cruzado para o 1-1.

Portugal abanou, mas não caiu, e não tardou a voltar a assumir o controlo do jogo e a restabelecer a diferença no marcador. Ana Leite entrou aos 72’ e na primeira vez que tocou na bola (aos 73') fez o outro golo que ficará na história do futebol feminino nacional.

O 2-1 surgiu num pontapé de baliza e com apenas dois toques a bola chegou Ana Leite dominou, correr para a área e desvia de pé esquerdo à saída da guardiã escocesa Gemma Fay.

Daí em diante, o sofrimento, entre alguns contra-ataques lusos que mereciam melhor definição. A formação orientada por Francisco Neto aguentou o ímpeto final da Escócia, em particular o inconformismo de Erin Cuthburth, que voltou a fazer estremecer a baliza lusa a cinco minutos do fim: ganhou a bola na área e atirou ao poste.

Valeu o ferro para um triunfo arrancado a ferros. Uma preciosa vitória, que mantém Portugal com aspirações neste Europeu.

Venha agora a Inglaterra, já na próxima quinta-feira. Será para voltar a fazer história?