Dirigentes da federação da Coreia do Sul vão encontrar-se esta quinta-feira com responsáveis da FIFA para tentarem desbloquear a recusa do Comité Olímpico Internacional (COI) em entregar a medalha de bronze a Park Jongwoo, nos últimos Jogos de Londres.
O futebolista ergueu uma faixa com conteúdo político, recolhida das bancadas, depois do jogo de atribuição do terceiro e quarto lugares, frente ao Japão. A mensagem apoiava a Coreia na disputa de soberania com o país nipónico sobre o arquipélago Dokdo (Takeshima em japonês).
A federação coreana recusou comentar o motivo do encontro em Zurique, mas a imprensa local escreve que o secretário-geral Kim Joo-sung tentará abordar o caso de Park. A FIFA confirmou já tomou conta da investigação do incidente, a pedido do Comité Olímpico Internacional, e além de ficar sem a medalha o jogador poderá ser ainda sancionado disciplinarmente.
A decisão do COI motivou uma onda de protesto por todo o país. O ministro dos desportos anunciou que Park vai ficar isento do serviço militar, um benefício dado aos vencedores de medalhas olímpicas na Coreia do Sul. «A nossa lei militar especifica que quem ficar em terceiro lugar ou acima nos Jogos Olímpicos ficará isento do serviço militar, e não descreve que é necessário receber mesmo a medalha. Ele ficou em terceiro lugar como parte da equipa», explicou Choe Kwang-Shik em entrevista a um canal de televisão, citado pela AFP.
O incidente surge numa altura em que a tensão entre Japão e Coreia é grande, por causa das ilhas. Na semana passada, o presidente coreano Lee Myung-bak visitou as ilhas, situadas no Mar do Japão, e o governo nipónico reagiu com a retirada do seu embaixador de Seul e ameaçou levar a disputa ao Tribunal Internacional de Justiça.
Dokdo (Takeshima) é apenas um dos vários arquipélagos disputados na região, que enfrenta o medo do aparecimento de uma novo Guerra Fria na Ásia. China, Vietnam, Filipinas, Malásia, Brunei e Taiwan reclamam territórios na zona e a tensão tem subido de intensidade nos últimos meses.