O Brasileirão vai mesmo parar caso o movimento Bom Senso Futebol Clube não veja atendido, por parte Confederação Brasileira de Futebol, um conjunto de reivindicações que passam por uma calendarização mais equilibrada e pela melhoria das condições e garantias laborais dos futebolistas brasileiros.

O alerta foi dado por Juninho Pernambucano, um dos líderes do movimento que reúne várias dezenas de jogadores que atuam no Brasil.

O médio do Vasco subiu o tom das críticas em relação ao comportamento da CBF.

Nas últimas jornadas do Brasileirão de 2013, o Bom Senso promoveu várias ações de protesto, que levaram, até, à paragem de jogos que já estavam a decorrer. Nalguna casos, os atletas sentaram-se no campo ou cruzavam os braços.

Meses depois, o movimento acusa a CBF de nada ter feito para melhorar as coisas e ameaça com greve que paralise todos os campeonatos e com a denúncia da lista completa dos salários em atraso nos clubes brasileiros.

«Já existe essa mobilização, e a tendência é que o Brasileiro tenha uma paralisação de jogos e não mais protestos durante os jogos. O Bom Senso entendeu que este ano tem Copa do Mundo e, independentemente de outras situações, seria complicado mexer nas coisas neste ano. Mas ninguém vai aceitar mais uma pré-temporada de 10 dias, como está ocorrendo hoje», disse Juninho.

«O Bom Senso vai passar as situações financeiras de todos os clubes, as dividas com os atletas e isso vai ser divulgado logo, logo, e vai ser preparada uma relação para revelar todas as coisas. Antigamente, os clubes atrasavam os salários e os jogadores não podiam falar nada, se não era pior. Não está certo», comentou Juninho.

As principais bandeiras do Bom Senso são uma reforma do calendário do futebol brasileiro, em que os jogadores tenham mais tempo de preparação e menos jogos durante a temporada, e a adoção do «fair play financeiro», para que os clubes que atrasem salários e façam dívidas com os atletas sejam punidos.