Paulo Futre é o novo comentador da TVI, às terças-feiras à noite, no programa «Noites de Futrebol» que estreia na próxima semana com um convidado especial: Luís Figo. O antigo jogador esteve esta noite no «Jornal das 8» para falar do seu percurso e do novo protagonismo que ganhou desde a célebre conferência de imprensa nas eleições para a presidência do Sporting.

«É uma situação inesperada, desde a famosa conferência de imprensa. Estou a descobrir coisas em mim que não conhecia. Estou a fazer publicidade, estou a dar conferências de motivação para empresas. Conto histórias pessoais, da minha vida. Era tudo horrível, tudo péssimo e, de um momento para o outro, tudo muda», começou por contar em conversa com Judite Sousa.

E tudo mudou, de facto, desde aquela conferência de imprensa. «Sabes qual é a palavra que se diz mais em Portugal? É não. Não dá, não podes, não vais conseguir. Na minha adolescência consegui o porque não? Essa filosofia trouxe-me até hoje. Nas eleições do Sporting estava tudo perdido nas sondagens e o Governo tinha acabado de cair. Não havia espaço mediático. Tive de improvisar. Porque não tentar?», atirou.

A verdade é que os chineses acabaram por chegar a Portugal, não para reforçar o Sporting, mas para comprar a EDP. «Inspirei-me no Gaucci, presidente do Perugia, em Itália, que quando trouxe o Nakata foi a loucura. A China hoje é o grande mercado. A Espanha deu jogos ao meio-dia. Para quê? Para a China! O mercado asiático é o futuro¿ou é já é o presente. Não fui eu que inventei isto. O Manchester também tem o Park», referiu.

O antigo jogador recordou depois o seu percurso como jogador, destacando o papel de Pinto da Costa, presidente do F.C. Porto na sua carreira. «Pinto da Costa, para mim, é o meu pai desportivo. Foi o homem que apostou em mim. Os três anos no F.C. Porto foram incríveis. Aprendi a ganhar, aprendi a mística, aprendi as regras, aprendi quantas vezes tinha de fazer amor por semana. Um pormenor que fez coisas grandes», contou.

Quanto ao actual campeonato, Futre diz que ainda é cedo para antecipar um campeão e espera, inclusive, que a liga continue competitiva até final. «Espero que chegue ao final assim como está. A ver se o Sporting consegue dar mais um passito e fique mais próximo do Benfica e do Porto. Somos um país em crise e sei que o futebol permite às pessoas esquecer um pouco os problemas. Mas ainda falta muito tempo», comentou ainda.

A partir da próxima semana, já sabe, pode ver Paulo Futre todas as terças-feiras à noite no «Noites de Futrebol».