Pontos fortes:

O jogador mais influente do Galatasaray é Selçuk Inan, médio internacional turco de 27 anos que pensa todo o jogo da equipa. Contratado ao Trabzonspor há um ano, trata-se de um jogador com uma espantosa capacidade de passe, sobretudo a longa distância (veja a imagem A). É o melhor amigo dos avançados da equipa turca, e também muito perigoso na cobrança de bolas paradas. Oito dos dezoito golos do Galatasaray foram marcados dessa forma, e Inan é elemento quase omnipresente.

Pontos fracos:

Os lances de bola parada costumam ter muita influência nos jogos do Galatasaray. Para o bem e para o mal, mas sobretudo para o mal. Dos onze golos sofridos pela equipa de Fatih Terim, até ao momento, sete surgiram desta forma! Para além do central Cris, porventura, a equipa não tem outras referências no jogo aéreo, e mesmo o guarda-redes Muslera não tem a saída dos postes como especialidade. O brasileiro Felipe Melo costuma ser o elemento escolhido para cortar os lances ao primeiro poste, mas sem grande sucesso (um autogolo e uma bola ao poste). A defesa à zona utilizada várias vezes nos cantos (imagem B), também não tem dado grande tranquilidade. Na vertente ofensiva registam-se oito golos de bola parada, num total de dezassete.

Ao pormenor:

O elevado número de golos sofridos pelo Galatasaray está também associado a alguma instabilidade no eixo, motivada pela lesão grave de Ujfalusi (só deve voltar em 2013). O brasileiro Cris foi contratado já no início de setembro para colmatar esta «baixa», mas só agora começa a fixar-se no «onze», ao lado do promissor Semih Kaya, de 21 anos. A outra opção Nounkeu, um camaronês com boa presença física mas bastante instável. Eboué (direita) e Balta (esquerda) são os habituais laterais.

Com Terim fiel ao 4x4x2, o Galatasaray é uma equipa sólida defensivamente quando está organizada, com os setores bem juntos. Ainda assim, como Inan e Melo jogam quase em linha, por vezes nota-se a falta de uma referência à frente dos centrais. Esse espaço pode ser aproveitado, ou com a presença de um médio ou mesmo com o ligeiro recuo do avançado. Quando isto acontece um dos centrais costuma acompanhar o movimento, deixando um buraco na defensiva (veja-se o golo do Man Utd). Isto acontece sobretudo com Nounkeu, que perde facilmente a referência posicional (imagem C).

Contratado ao Real Madrid, Hamit Altintop é um jogador muito importante neste esquema. Utilizado quase sempre no lado direito do meio-campo, é exímio a perceber quando é que a equipa precisa de equilíbrio na zona central, formando quase um tridente com Inan e Felipe Melo. Um perfil muito parecido com o de Rúben Amorim. Saiu lesionado logo aos 11 minutos do último jogo, mas deve recuperar. Caso tal não suceda, deve ser rendido por Aydin Yilmaz.

O lado esquerdo do meio-campo tem sido partilhado por Amrabat e Çolak. O primeiro, marroquino, é um jogador mais vertical, sempre pronto a disparar para a baliza (mais talhado para contra-ataque). O segundo, de apenas 21 anos, é um esquerdino muito talentoso, que consegue conciliar o papel de extremo com a capacidade para aparecer no espaço interior, a fazer de «10». O espanhol Riera só fez um jogo, e como lateral esquerdo.

No ataque, Terim aposta em duas unidades móveis, a explorar os lançamentos de Inan. Bulut, cedido pelo Toulouse, é um daqueles avançados oportunistas, que não perdoa qualquer desconcentração ao adversário. Já marcou sete golos esta época. Apresenta um elevado entendimento com Inan, tal como outro avançado, Burak Yilmaz, que jogou com o médio no Trabzonspor. O sueco Elmander é a outra opção ofensiva, e também tem jogado com regularidade, mas o esquema tático não o favorece, pois tem pouca mobilidade. Embora esteja inscrito na UEFA, Milan Baros está afastado da equipa (ainda não jogou esta época).