Perto de completar 35 anos, o central Gaspar leva 16 de carreira ao mais alto nível. No já longo trajecto, o jogador do Rio Ave privou de perto com vários jovens que acabaram por se impor ao mais alto nível. Acima de todos, Mantorras, que conheceu com 17 anos no Alverca.
No Alverca apadrinhou a chegada de Mantorras ao futebol português. Com que impressão ficou dele nessa altura?
É um caso que falo com um bocadinho de tristeza. Tenho a certeza absoluta, e é das poucas certezas que se tem na vida, que o Mantorras neste momento seria mais falado do que o Cristiano Ronaldo. Tenho essa convicção clara.
Mantorras era um fénomeno...?
Não, fenómeno é o Cristiano Ronaldo. O Mantorras era acima disso. Ele com 17 anos era uma coisa extraordinária. Tinha força, tinha velocidade, tinha técnica, tinha tudo, tudo, tudo. E só tinha 17 anos. Tinha pela frente uma margem de progressão enorme. Por isso não tenho dúvidas nenhumas que o que hoje se diz do Ronaldo, se diria do Mantorras também.
Teve um início de trajecto igual ao de Ricardo Carvalho... Onde é que as carreiras divergiram?
Eu fui para o Leça, depois saí e ele entrou. Fui para o Alverca, depois saí e ele entrou. Andou sempre atrás de mim. A única diferença entre mim e ele é que tive quatro anos de contrato com o F.C. Porto e só fiz uma pré-época, que foi a época em que fiquei lá. Não fiz mais pré-época nenhuma. Só uma na equipa B... Não sei por que razão. Ainda por cima era um treinador novo, se calhar já me conhecia...
E em relação ao Ricardo Carvalho?
Como disse, ele veio sempre atrás de mim. Depois seguiu em frente e eu virei à direita. Pronto. Devia ter seguido em frente também... (risos)
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