No Alverca apadrinhou a chegada de Mantorras ao futebol português. Com que impressão ficou dele nessa altura?
É um caso que falo com um bocadinho de tristeza. Tenho a certeza absoluta, e é das poucas certezas que se tem na vida, que o Mantorras neste momento seria mais falado do que o Cristiano Ronaldo. Tenho essa convicção clara.
Mantorras era um fénomeno...?
Não, fenómeno é o Cristiano Ronaldo. O Mantorras era acima disso. Ele com 17 anos era uma coisa extraordinária. Tinha força, tinha velocidade, tinha técnica, tinha tudo, tudo, tudo. E só tinha 17 anos. Tinha pela frente uma margem de progressão enorme. Por isso não tenho dúvidas nenhumas que o que hoje se diz do Ronaldo, se diria do Mantorras também.
Teve um início de trajecto igual ao de Ricardo Carvalho... Onde é que as carreiras divergiram?
Eu fui para o Leça, depois saí e ele entrou. Fui para o Alverca, depois saí e ele entrou. Andou sempre atrás de mim. A única diferença entre mim e ele é que tive quatro anos de contrato com o F.C. Porto e só fiz uma pré-época, que foi a época em que fiquei lá. Não fiz mais pré-época nenhuma. Só uma na equipa B... Não sei por que razão. Ainda por cima era um treinador novo, se calhar já me conhecia...
E em relação ao Ricardo Carvalho?
Como disse, ele veio sempre atrás de mim. Depois seguiu em frente e eu virei à direita. Pronto. Devia ter seguido em frente também... (risos)
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