Parece sina da família Ribeiro. As últimas temporadas futebolísticas pouco ou nada trouxeram de bom aos irmãos Mário (actualmente na Austrália a representar os Newcastle Jets) e George. E se o «dossier» do primeiro já foi devidamente escalpelizado, a história do mais novo é para muitos uma novidade.
Recuemos ao Verão de 1996, altura em que George Jardel chega ao nosso país. Em discurso directo, o actual avançado do Macedo de Cavaleiros conduz-nos numa viagem pelo seu passado no futebol. O objectivo? Descobrir o que falhou numa carreira que se anunciava promissora.
«Jogava no Vasco da Gama mas, quando vim para o F.C. Porto, nunca tive a oportunidade de jogar na equipa principal, apesar de ter contrato de sénior. No Benfica aconteceu-me precisamente a mesma coisa», lamenta ao Maisfutebol.
«O meu empresário era o José Veiga e ele sempre me disse que eu ia ter isto e aquilo, mas a verdade é que isso nunca veio a suceder. Acho que consegui fazer boas temporadas no Leça e no Penafiel, por exemplo, mas faltou a oportunidade de jogar na primeira divisão».
À acusação feita ao antigo agente, segue-se o desabafo. «Faltou-me acompanhamento, apoio e, essencialmente, mais oportunidades na altura em que atravessava a melhor altura da minha carreira».
«Havia uma questão a resolver entre o Benfica e o meu irmão»
Acontece-nos a todos. Puxamos pela memória, deixamo-nos invadir pelo passado e a nostalgia surge como consequência inevitável. Por momentos, essa foi a panaceia de George Jardel.
«Fui muito bem tratado no Porto, até porque as pessoas dessa cidade são mais hospitaleiras do que as da capital. O meu treinador foi o João Pinto e ele sempre me deu força e moral. Mas nunca consegui ter uma oportunidade verdadeira no plantel sénior», recorda.
Já no capítulo-Benfica, George Jardel hesita. «Eu não posso falar muito sobre o Benfica, nem explicar porque fui lá parar. Havia uma questão a resolver entre o meu irmão e eles, mas não quero entrar em detalhes», explica.
«Fiz uma pré-temporada na Suíça, com o Jesualdo Ferreira, e as coisas saíram-me bem. Joguei contra o Auxerre e contra uma equipa helvética. Depois fomos jogar a Palermo, contra o Inter, mas não saí do banco de suplentes», atira, antes da parte menos favorável do relato.
«Quando voltámos a Lisboa, disseram que me queriam emprestar. Eu perguntei então ainda agora cheguei e já me querem mandar embora?. Fui para o Alverca. No Ribatejo era muito elogiado pelo José Couceiro, mas aos domingos jogava poucas vezes», lamenta a alguns anos de distância.
Refira-se que antes de ter regressado ao Brasil devido à doença da mãe, George Jardel vestiu ainda a camisola do Amora Futebol Clube.