Em entrevista ao Maisfutebol, Geovanni puxa a fita atrás e recorda cada um dos treinadores com quem trabalhou no Benfica: Camacho, Trapattoni e Koeman. O brasileiro, actualmente com 30 e a representar o Hull City na Premier League, fala também nesta primeira parte da conversa sobre a noite do título de 2005: a noite em que a cidade do Porto foi pintada de vermelho.
Quando chegou ao Benfica foi treinado pelo José Antonio Camacho. Gostou de trabalhar com ele?
Ajudou-me bastante e tenho um grande carinho pelo senhor Camacho. Deu-me sempre oportunidades para mostrar o meu valor e sinto-me grato por tudo o que fez por mim. Ele e o Pepe Carcelén, que era adjunto. Torço hoje em dia pelo Osasuna porque o Camacho merece toda a sorte do mundo. Foi uma pessoa que me marcou muito. É um homem honesto. Estava no Barcelona, triste por não jogar, e o Camacho confiou no meu valor e levou-me para Portugal.
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E depois chegou o Trapattoni. Também guarda boas memórias do técnico italiano?
Sem dúvida. Com ele fui campeão e fiz o meu melhor ano no Benfica. Não tive lesões, fiz golos e participei em mais de 30 jogos. Até hoje não sei por que razão saiu do Benfica depois de ganhar o campeonato.
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Nesse ano do título (2005) a equipa do Benfica era tão limitada como muitos dizem?
Eu gosto de um futebol bem jogado, onde a técnica prevalece, mas o mais importante são os títulos. E isso nós conseguimos. Fomos campeões e ficámos marcados na história do Benfica. Vários jogadores valorizaram-se devido ao Trapattoni. O Miguel, o Manuel Fernandes, o Simão, o Luisão, o Alex¿ um grupo vencedor como esse é inesquecível. O título vale mais do que jogar bem ou mal.
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Depois da vitória no último jogo, no Estádio do Bessa, foi a loucura total. Lembra-se bem dos festejos?
Sim, lembro-me muito bem. Lembro-me até que o Porto estava a jogar com a Académica e também tinha hipóteses de ser campeão. Mas fizemos uma grande partida e pintámos a cidade do Porto de vermelho.
E depois chegou Ronald Koeman. Foi o treinador que menos entendeu o seu futebol?
Não sei. Sempre que ele me colocou na minha posição, no centro, eu respondi com golos. Fiz o que tinha de fazer. É um grande treinador, uma pessoa tranquila, respeitava os jogadores e tem tudo para ser um dos melhores do mundo. Só não gostava quando ele me substituía (risos). Saía todos os jogos. Não gostava e ficava chateado. Sentia que o meu trabalho estava inacabado. Agora tenho mais experiência, tranquilidade e lido melhor com isso.