Num duelo entre uma equipa aflita e outra mais tranquila na tabela classificativa, Académica e Marítimo acabaram por proporcionar um espetáculo emocionante e entretido, praticamente do primeiro ao último minuto. As oportunidades foram mais que muitas para as duas formações, em especial no segundo tempo e só a falta de eficácia, os guardiões dos dois lados e os ferros impediram mais golos.
 
O começo de jogo no Cidade de Coimbra foi intenso, com ambas as equipas a revezarem-se nos ataques rápidos, embora se notasse um maior esclarecimento da equipa academista, num jogo pautado pelo critério de Lucas Mineiro ao meio e a profundidade dada por Esgaio e pelos extremos da equipa de Paulo Sérgio. No entanto, foi mesmo a formação madeirense a marcar primeiro, na sua primeira chance: Edgar Costa desmarcou-se na área e atirou cruzado, com a bola a desviar em João Real e a trair o guardião Lee. Daí para a frente, o Marítimo passou a controlar melhor o jogo e nem a lesão do autor do golo complicou a vida a uma equipa muito segura de si.
 
A Briosa, por outro lado, acusou o toque e acabou por perder o ascendente dos primeiros 15 minutos, começando a falhar cada vez mais passes, o que provocou intranquilidade nos seus adeptos. Os madeirenses foram aproveitando e Micolta e Rúben Ferreira estiveram perto do segundo em duas ocasiões.
 
Ao intervalo, Paulo Sérgio decidiu lançar o lateral-direito Aderlan, o que se revelou uma decisão acertada, dado que logo ao nono minuto do segundo tempo, o brasileiro cobrou um livre direto de forma irrepreensível, empatando o jogo. Estavam lançados os dados para uma segunda parte frenética…
 
A Académica jogou sempre com grande energia, embora nem sempre tenha sido clarividente na hora de definir. Do outro lado, o Marítimo visava as bolas em profundidade, lançando de forma constante os perigosos e rápidos Xavier (um dos melhores) e Micolta (entrado na primeira parte para o lugar de Edgar Costa). As ocasiões foram-se sucedendo em ambas as balizas: Micolta falhou duas claras em frente a Lee e do outro lado, Rafael Lopes e Fernando Alexandre ficaram muito perto da desfazer a igualdade.
 
Nos últimos 10 minutos, ambas as formações atingiram o cúmulo do desperdício. Primeiro, foi Salim Cissé a isolar-se mas a permitir a defesa de Salin. Depois, aos 87 min., Fábio Abreu conseguiu também ganhar o espaço nas costas dos centrais academistas e fez uma chapelada sobre Lee, sendo que a bola foi bater, de forma caprichosa, no poste esquerdo da baliza de Lee.
 
No final, a igualdade aceita-se, ainda que o Marítimo tenha tido mais oportunidades claras. Acabou por ser um jogo repartido e intenso de princípio a fim, provavelmente um dos melhores a que se assistiu esta temporada no Cidade de Coimbra.