A 23.ª jornada da Liga Portuguesa foi uma espécie de ronda das afirmações, caraterizada por demonstrações de poder que dissiparam algumas dúvidas que ainda prevaleciam quando às reais aspirações e ambições dos clubes.

O primeiro grande sinal veio do Estádio da Luz onde o campeão esmagou o Estoril, que continua a série negra de cinco derrotas consecutivas, construindo a maior goleada da temporada (6-0) no dia em que assinalou o 111º aniversário e carimbou os três anos de invencibilidade a jogar na condição de visitado.

Por estes dias, a equipa comandada por Jorge Jesus tem o melhor ataque da Liga (47 golos apontados) e partilha o melhor registo defensivo da prova com o FC Porto (10 golos sofridos), principal (e único) adversário na luta pelo título.

RESULTADOS E CLASSIFICAÇÃO

O segundo processo de intenções aconteceu, precisamente, no Estádio do Dragão, onde o FC Porto deitou o leão ao tapete (3-0), assinando uma das melhores exibições da temporada. Tello, Jackson e companhia foram demais para um Sporting sem folgo e permitiram à equipa de Julen Lopetegui continuar a perseguição ao Benfica.

Os dragões parecem ter ultrapassado a fase das desconfianças e vivem agora o melhor momento da temporada com cinco triunfo consecutivos que começaram após o último trambolhão na Madeira. Daí para cá, os azuis e brancos celebraram 13 golos e não sofreram nenhum. Sinal de que máquina está bem oleada no Dragão.



O Nacional da Madeira também continua a correr atrás do tempo perdido. Depois de uma primeira volta dececionante, os madeirenses continuam a escalada na tabela classificativa rumo a um lugar de acesso às competições europeias.

Os alvinegros receberam e venceram, sem espinhas, o Vitória Setúbal (3-0), e apenas desperdiçaram cinco pontos desde que arrancou a segunda volta. Os madeirenses têm, inclusivamente, melhor desempenho que o Sporting [adversário nas meias-finais da Taça de Portugal] na derradeira metade do campeonato.  

No Minho mora outra equipa em alta. O Sporting de Braga de Sérgio Conceição sobreviveu a uma fase menos fulgurante, foi a Vila do Conde arrancar um triunfo (2-0) e cimentou a sua candidatura ao terceiro lugar da tabela classificativa.

Os arsenalistas são, junto com o FC Porto, as equipas com melhor desempenho nas últimas semanas, acumulando uma série de cinco vitórias consecutivas que permitiram recuperar sete pontos aos leões em apenas quatro jornadas e dão embalagem anímica suficiente para um ciclo verdadeiramente escaldante que inclui a receção ao FC Porto e a visita ao Estádio da Luz.

Ali ao lado, o Vitória de Guimarães regressou aos triunfos diante do Marítimo após três jornadas de jejum, ao longo das quais somou duas derrotas e um empate. Os três pontos permitiram à formação orientada por Rui Vitória consolidar o quinto lugar, aumentando a vantagem sobre um Belenenses que se deixou surpreender em casa, frente ao P. Ferreira.

Um golo de Bruno Moreira no Restelo garantiu a vitória do Paços, que reentra na luta europeia. Está a apenas um ponto do Belenenses no sexto lugar, a sete do V. Guimarães.

A queda no Dom Afonso Henriques deixou o Marítimo a 13 pontos dos lugares europeus, objetivo traçado no início da temporada, e marcou o fim do reinado de Leonel Pontes à frente dos destinos dos insulares. O antigo adjunto de Paulo Bento protagonizou a quinta chicotada psicológica da época e deixa o Caldeirão com o Marítimo na 11.ª posição com 27 pontos conquistados ao longo de 23 jornadas.




Motivos para sorrir também em Moreira de Cónegos após o regresso às vitórias sobre o Penafiel (2-1) que colocou um ponto final em cinco partidas sem festejar. A formação orientada por Miguel Leal alcançou os 28 pontos, tem praticamente a manutenção assegurada, e pode, agora, voltar à regularidade que demonstrou durante grande parte da primeira volta.

Do outro lado, o Penafiel de Rui Quinta mantém o estatuto de lanterna vermelha da classificação, e está a três pontos de Académica e Vitória de Setúbal, as primeiras equipas que habitam lugares fora da linha de água.

Para o fim ficam dois empates.

O primeiro em Coimbra, na estreia de José Viterbo como técnico da Briosa em jogos em casa, e que terminou com a divisão de pontos entre estudantes e os vizinhos de Arouca.

As duas formações continuam em dificuldades na tabela classificativa, mas, por agora, continuam com a cabeça fora de água.

Gil Vicente e Boavista também dividiram pontos no Estádio Cidade de Barcelos, num resultado que mantém os galos em situação proibitiva.

A formação orientada por Petit está um pouco mais a cima, mas também ainda não tem a situação definida.