O menino Sanogo abriu a caixa de Pandora e de lá saltaram todos os males deste novo Benfica. Para o mundo ver. Curioso, sim, mas de olhos semicerrados e num arrepio. Como se uma catástrofe estivesse logo ali, à frente, numa insuportável exposição pública.

A situação é grave, já não há como esconder. Jorge Jesus, acossado pelos maus resultados anteriores, antecipara esta Emirates Cup como «um trampolim para a Supertaça» mas, se a equipa saltou, fê-lo para um buraco negro, uma espiral de medos, dúvidas e erros.

O score só não foi pior, parece-nos seguro dizê-lo, porque o Arsenal desacelerou, apiedou-se do Benfica ao longo do segundo tempo e duas bolas, mesmo a acabar, esbarraram nos ferros de Artur Moraes.

Veja como seguimos EM DIRETO o Arsenal-Benfica


Talvez seja a altura certa para se erradicarem os eufemismos para analisar a nova roupagem do campeão nacional: há jogadores sem qualidade para este andamento, há outros a jogar com a cabeça longe e a pensar não se sabe bem em quê.

O pior período ocorreu na segunda metade da primeira parte. O Benfica foi, nessa fase, um amontoado de escombros da fantástica equipa da época anterior.

Sidnei cometeu erros atrás de erros, alguns absolutamente primários, nunca percebendo a movimentação de Sanogo e dos extremos do Arsenal; Eliseu saiu com uma lesão muscular e Loris Benito entrou para mostrar a sua pior face; Talisca pode ter boa técnica, mas não tem pernas nem lucidez.

O Arsenal fez quatro golos e podia ter feito mais. Do Benfica salvou-se Nico Gaitán num remate à barra e pouco mais. Tudo francamente mau. Com os elementos atuais, o Benfica será incapaz de atingir o nível da campanha passada.

Todas estas limitações são por demais evidentes. E falta referir que Enzo Pérez está com um pé fora do Benfica e Cardozo também vai sair. Faltam médios, falta um ponta-de-lança, faltam as recuperações de Luisão e Jardel, falta um guarda-redes. Isto, a uma semana do primeiro jogo oficial.

É grave e de prognóstico muito reservado a situação deste Benfica.