Em ano importante para a Naval - a 1 de Maio completa 110 anos de vida - a carreira na Taça de Portugal está a exceder todas as expectativas. Nunca o clube da Figueira da Foz tinha chegado aos quartos-de-final da prova rainha e esta temporada todas as barreiras têm sido quebradas, podendo mesmo fazer-se história caso ultrapasse o Sporting, no próximo sábado, em Alvalade, o que significaria a passagem às meias-finais.

Num percurso tão carregado de peripécias, algumas delas saltam aos olhos do espectador comum. Na Figueira da Foz ainda se comenta à boca cheia a subida da II Divisão B à II Liga, na magnífica temporada 1997/98, o que valeu o pagamento de uma promessa bem atípica nos dias que correm. O capitão Pedro Falcão, ex-jogador do clube, teve a iniciativa de mobilizar o plantel numa romagem a Fátima para agradecer à Virgem.

Às sete da manhã, os jogadores partiram para o Santuário e só chegaram às três da madrugada do dia seguinte. Um longo trajecto - a rondar os 90 quilómetros - foi encurtado à força da fé dos homens, na altura sob a orientação técnica de Luís Agostinho, o treinador que arquitectou a subida ao escalão actual. Agora, segundo o Maisfutebol apurou, mesmo que a Naval ultrapasse o Sporting não está prevista nenhuma romagem a Fátima, a não ser que haja um volte-face nas próximas horas.

Incêndio na sede destruiu arquivo histórico

Aliás, o ano de 1997 ficou marcado na história do clube, mas também por acontecimentos muito desagradáveis: a 4 de Julho de 1997, um violento incêndio destruiu a sede do clube e parte do arquivo escrito e fotográfico ficou completamente destruído. Um prejuízo incalculável tendo em conta a importância de os clubes terem à disposição dos adeptos e dos simpatizantes provas concretas do passado.

A Naval é talvez um dos clubes mais velhos de Portugal. Fundada em 1893 começou por jogar com um equipamento muito diferente do actual: calção branco e camisola azul. A mudança foi operada em 1911, pouco depois da instauração da República, em que os responsáveis resolveram alterar as cores da vestimenta em virtude do azul e do branco estar conotado com o símbolo da Monarquia. A partir daí, os jogadores passaram a jogar com uma camisola às riscas verdes na horizontal, muito semelhante ao equipamento do Sporting. É assim até hoje.