Ainda que sem a convicção e o brilho de outras noite e com mais suor do que seria de esperar, a Seleção Nacional saiu da Andorra com os três pontos (2-0 e vai discutir na próxima terça-feira com a Suíça o apuramento direto para o Mundial.

Num jogo em que Fernando Santos promoveu cinco mexidas em relação ao onze que alinhou no último compromisso da Seleção (triunfo por 1-0 na Hungria), Portugal sentiu muitas dificuldades para se adaptar a um sintético difícil e para articular o jogo frente a um conjunto ultradefensivo, de pavio curto, mas que raras vezes se descompensou até a lógica do mais forte ser materializada.

FILME E FICHA DE JOGO

Com Bernardo Silva e João Mário a dividirem entre si os batimentos do meio-campo, Quaresma e Gelson nas alas e André Silva muito absorvido pela muralha andorrenha, Portugal fazia pouco para justificar as diferenças enormes que separam o 3.º do 144.º posto do ranking FIFA de seleções.

Para se ter uma ideia, depois de uns primeiros 20 minutos de lenta circulação de bola e pouca criatividade, só aos 26 Portugal cheirou o golo pela primeira vez, numa finalização de Quaresma ao segundo poste após cruzamento de Nélson Semedo.

A justificação para o nulo no marcador residia entre a desinspiração lusa e a boa presença entre os postes do guarda-redes Josep Gómes, fotogénico na abordagem a remates de Quaresma e Pepe.

Portugal chegava ao intervalo virtualmente no play-off de acesso ao Mundial do próximo ano, já que à mesma hora a Suíça cumpria (e de que que maneira, com 3-0) na receção à Hungria.

Era preciso resolver a questão e Fernando Santos tirou do banco a solução mais óbvia. Ronaldo entrou para mostrar que há um claro nexo de causalidade entre ele e o sucesso: quando ele está em campo, as probabilidades de Portugal vencer aumentam.

Com ou sem Ronaldo, com ou sem gestão de amarelos, Portugal tinha sempre a obrigação de trazer da Andorra os três pontos. Talvez o fizesse, mas só conseguiu sorrir com o melhor do Mundo em campo.

Aos 63 minutos aproveitou uma falha do central Ildefons Lima na abordagem a um cruzamento de João Mário para inaugurar o marcador e apontar o 15.º jogo da conta pessoal nesta fase de apuramento.

Estava reposta a ordem natural das coisas contra um conjunto que nunca teve argumentos sequer para esboçar uma reação, mas mantinha a réstia de esperança que a magra vantagem portuguesa lhe conferia legitimamente. Já perto do fim, André Silva deu a estocada final numa finalização fácil após assistência de Danilo.

Triunfo lógico de Portugal, o mais magro de sempre nos cinco embates contra a Andorra. Valeu três pontos e o mata-mata daqui a três dias diante de uma Suíça imaculada contra quem há contas a ajustar.

Está quase.