O Campomaiorense vive momentos dramáticos. O conjunto alentejano poderá ser o primeiro clube português a abdicar de um lugar numa prova profissional, se de as intenções de João Manuel Nabeiro foram mesmo concretizadas. O presidente do clube raiano anunciou a extinção do futebol profissional, explicando que em função da falta de apoios e de receitas «não faz sentido continuar a gastar dinheiro em salários».

Será este o primeiro sinal sério de uma forte crise que se desenha e que poderá chegar antes ainda do que se prevê? António Carraça, o presidente do Sindicato dos Jogadores, teme que sim: «O caso do Campomaiorense é preocupante. Espero, sinceramente, que não se confirme a extinção da equipa de futebol».

«Trata-se de um clube sério»

Carraça reforça a sua tristeza pelo facto de o exemplo vir de onde vem: «Lamento muito o que se está a passar em Campo Maior. Amanhã, vou ter uma reunião com o presidente do Campomaiorense e terei oportunidade de lhe transmitir isso mesmo. Lamento tanto mais porque se trata de um clube que, de há anos para cá, se tem distinguido por ser um clube sério, cumpridor, que honra os seus compromissos».

O líder do Sindicato dos Jogadores está «obviamente preocupado» com a forma como poderão processar-se as saídas dos jogadores profissionais de Campo Maior. «Estaremos atentos ao que se vai passar. Estas situações estão previstas na lei. Nos casos em de saídas em massa de jogadores de um clube, o Sindicato intervém e tentamos sempre chegar a um acordo minimamente razoável para todas as partes».

Os processos disciplinares que, alegadamente, estarão a ocorrer a mais de uma dezena de jogadores no Campomaiorense mereceu do presidente do Sindicato o seguinte comentário: «Não queria entrar em grandes considerandos em relação a uma realidade que não conheço totalmente, mas é evidente que esse tipo de procedimentos não terão qualquer cabimento. Não será assim que os clubes conseguirão facilitar os seus problemas».

Carraça chama a atenção para «o enorme desequilíbrio no mercado» que poderá provocar a extinção da equipa profissional do Campomaiorense.

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