António Sousa, hoje treinador do Beira Mar, era um dos principais trunfos do F.C. Porto quando da final de Basileia, em 1983/84. Foi a única presença dos azuis e brancos na final da já extinta Taça das Taças. Depois de ter eliminado os escoceses do Aberdeen, nas meias-finais, o conjunto português deparou-se, na final, com a vecchia signora, acabada de eliminar os ingleses do Manchester United. 

Em conversa com o Maisfutebol, o então médio portista recorda o golo que apontou nesse jogo histórico para o clube das Antas: «Estávamos a perder 1-0 e havia que reagir. Sabíamos que podíamos eliminar a Juventus, ainda que tivéssemos muito menos experiência internacional. Consegui empatar, num lance que me saiu bem, em que fui feliz, e que guardo na memória como um feito na minha carreira». 

Ainda assim, Sousa faz questão de frisar que, 17 anos depois, ainda fica uma réstia de frustração pelo facto de o F.C. Porto ter perdido aquela final: «É um jogo que recordo por um lado com orgulho, mas por outro com frustração. Ficámos com a sensação de que podíamos ter vencido, porque fomos claramente superiores à Juventus. Jogámos melhor... mas naquela altura, o peso do poder e da influência dos grandes países contava muito. Mais do que hoje. Hoje, o Porto é uma equipa respeitada a nível internacional. O caminho foi iniciado mais ou menos naquela altura». 

«Agora é mais possível bater a Juventus»  

Sousa evita fazer comparações entre o Porto e a Juventus de 1984 e de... 2001: «É difícil estar a dizer se agora estão melhores ou piores. Julgo que tanto agora como há 17 anos, estão as duas muito fortes. Os valores são equivalentes, pelo que, na minha opinião, o que vai fazer a diferença é a concentração». 

Desenvolvendo um pouco mais esta ideia, António Sousa considera que a chave deste jogo estará na forma alguma das equipas conseguir cometer menos erros: «Essa deverá ser a diferença. Talento há dos dois lados: e em grande quantidade». E nesta linha de raciocínio, Sousa acredita que «hoje, o Porto tem a experiência internacional que lhe faltava há 17 anos. Por isso, é mais possível vencer».