Mário Negrão, vice-presidente do Benfica para a área financeira, esclareceu hoje (quarta-feira) no Estádio da Luz todo o processo de aumento de capital da SAD encarnada. Para além das acções adquiridas pelo clube (40 por cento) e pela SGPS (10 por cento mais uma acção), os sócios e público em geral poderão subscrever um total de 7.340 mil acções, num encaixe de capital que poderá atingir os oito milhões de contos. 

Para tal, cada interessado deverá dirigir-se a um balcão dos bancos envolvidos no processo - Banco Espírito Santo (BES); Banco Comercial Português (BCP); Banco Português de Investimento (BPI); Caixa Geral de Depósitos (CGD) e Grupo Santander - e dar ordem de compra do número de acções pretendidas, num mínimo de dez. 

Caso se trate de um associado do Benfica, o interessado deverá apresentar o cartão de sócio, o cartão de contribuinte e o bilhete de identidade. Se for um não-sócio bastam estes dois últimos documentos de identificação. Caso os interessados se encontrem no estrangeiro, deverão dirigir-se às filiais dos referidos bancos na cidade onde se encontram ou a outras entidades bancárias que com eles mantenham relações financeiras. As Casas do Benfica têm um estatuto semelhante a um sócio ordinário, devendo contudo apresentar uma declaração emitida pelo clube, comprovativa da filiação. 

No final do período de subscrição - a decorrer entre 16 de Abril e 3 de Maio -, saber-se-á o total de acções subscritas, cujo anúncio será feito em sessão especial de Bolsa. Só neste momento os interessados comprarão, na prática, as acções da SAD benfiquista, já que o dinheiro só será descontado depois de ser conhecido o número de acções atribuído a cada comprador. 

«Em função do número do número de acções subscritas procede-se, ou não, a um rateio», salientou Mário Negrão, explicando que se o número total de subscrições for superior às 7.340 mil colocadas à venda, as entidades bancárias procederão a uma redistribuição dos títulos tendo como base a antiguidade de cada sócio. «Está garantido a cada sócio um número mínimo de acções, aconteça o que acontecer», salientou o dirigente. 

Assim, os sócios com menos de um ano têm, caso o desejem, uma acção garantida. Sócios entre um a cinco anos - 10 acções; cinco a dez anos - 50 acções; 10 a 25 anos - 160 acções; 25 a 50 anos - 200 acções; sócios com mais de 50 anos de associação ao clube - 240 acções. Os sócios menores têm os mesmos direitos dos seniores, sempre tendo em conta a antiguidade. 

Segundo o vice-presidente benfiquista, «os títulos agora adquiridos não terão suporte material», ou seja não serão representados em papel, ficando apenas disponíveis nas contas bancárias de cada comprador. O mesmo não acontecerá com a acção gratuita que cada sócio do Benfica receberá no final do processo de aumento de capital, independentemente da antiguidade, e que será representada em título. 

No final de todo o processo, aquando do aumento de capital da Benfica SGPS, previsto para o final do primeiro semestre do corrente ano, os accionistas da SAD poderão trocar os títulos por acções da SGPS, já que serão estas que serão cotadas em Bolsa e por isso produzirão mais liquidez financeira.