Data de nascimento: 01/12/74 (Lisboa)

Altura: 1,81. Peso: 74 kg

Clubes como profissional: Oriental (95/96); Nacional (96/97); Mónaco (97/00)

Internacionalizações A: 6 (1 golo)

Estreia na Selecção A: 14/10/98 (Eslováquia, 0-Portugal, 3) 
 

Juntamente com Vidigal, Pedro Espinha e Quim, Costinha completa o rol das apostas pessoais de Humberto Coelho nesta campanha para o Euro-2000, um rol a que se deve acrescentar a recuperação (desportiva, mas não só...) de Sá Pinto para a equipa nacional. 

Tal como Pauleta, Francisco José da Costa conseguiu afirmar-se no estrangeiro sem alguma vez ter pisado os relvados da I Divisão portuguesa. A sua trajectória é, de certa forma, um sinal dos tempos, na medida em que se trata de um futebolista projectado pela visão de um empresário (Jorge Mendes) muito antes de os directores desportivos e detectores de talentos das equipas de primeiro plano terem percebido as suas qualidades. É verdade que, muitas vezes, os empresários conduzem os jogadores a portos demasiado ambiciosos para as suas qualidades reais, mas neste caso é de bom tom tirar o chapéu ao homem que o foi buscar ao Nacional da Madeira, na II Divisão B, para o pôr à disposição de clubes com nomeada internacional. E se a experiência inicial no Valência não deu certo, já a ida para o Mónaco foi um golpe de mestre: ao fim de três temporadas, não apenas conquistou um título de campeão como já consolidou uma posição de indiscutível relevo na equipa agora orientada por Claude Puel (antes, fora Jean Tigana, com quem tem curiosas semelhanças físicas, a dar-lhe confiança) que conta, ou contava no fim da temporada, com «estrelas» da grandeza de Gallardo, Trezeguet, Barthez ou Simone. 

Pensar no futuro 

Num campeonato que não dispõe, em Portugal, da visibilidade reservada aos seus equivalentes de Espanha, Itália ou Inglaterra, Costinha conquistou estatuto de selecção graças às observações efectuadas «in loco» pela equipa técnica, convencida pelos seus argumentos como médio defensivo e, novidade interessante, apreciada na época em curso, como lateral-direito. 

Relativamente desconhecido do público português ¿ e mesmo, convém reconhecê-lo, da Comunicação Social especializada ¿ Costinha teve poucas oportunidades para mostrar as suas características na Selecção: apenas três jogos, sempre na condição de suplente. Mesmo assim permitiu ver uma apreciável energia na discussão dos lances, que desmente a impressão de fragilidade provocada pelo seu corpo esguio.

Terminando a época em alta (está bem cotado no mercado de transferências francês), Costinha parte para o Europeu com poucas possibilidades de ser titular mas terá, por certo oportunidade para rodar mais alguns minutos, até porque Humberto Coelho não esconde o seu agrado com o novo reforço do clube-Portugal.  

Atendendo a que tem apenas 25 anos (Paulo Sousa e Paulo Bento estão nos 30, ou muito perto disso), esta chamada representa um excelente incentivo para os próximos anos: a possibilidade de se firmar como um habitual da Selecção é um desafio interessante ¿ e certamente menos improvável do que consumar, com inteiro êxito, o «salto» da II Divisão B para o clube do momento, na terra dos actuais campeões do Mundo. 

                                                          Nuno Madureira