A última participação de um clube português na Taça Intertoto foi em 98. O Estrela da Amadora entrou directamente para a terceira eliminatória, onde defrontou o Ruch Chorzow, da Polónia. Depois de dois empates a um golo, a equipa treinada por Jorge Jesus foi eliminada nos penalties.

José Luís, director técnico do Estrela da Amadora, considera a experiência positiva. A antecipação do início da época acabou por ser benéfica, recorda. «Pudemos começar logo a competir e já estávamos muito bem no início do campeonato. Como entrámos só na terceira eliminatória não tivemos de começar demasiado cedo.»

Mesmo com a viagem à Polónia, a experiência acabou por dar um pequeno lucro - pouco mais de mil contos. Os maiores problemas prenderam-se com questões logísticas e com utilização de jogadores. «Há jogos todas as semanas, o que dá pouco tempo para tratar de tudo no estrangeiro, porque não conhecemos hóteis, restaurantes, e os adversários só são conhecidos em cima da hora.»

Em termos de jogadores, a dificuldade é que os contratos terminavam a 31 de Julho - as equipas, na prática, tinham de jogar com os planteis das épocas anteriores. Foi o que aconteceu com o Estrela da Amadora. O guarda-redes Paulo Santos já tinha assinado pelo Alverca, mas acabou por fazer a pré-época na Reboleira para jogar a Intertoto. Um problema entretanto ultrapassado.

A experiência e a competição

Para Manuel Fernandes, treinador do Santa Clara, o calendário deste ano torna a Intertoto aliciante. «O campeonato acaba muito cedo. Os jogadores terão o seu mês de férias e há tempo para planificar a próxima época e entrar no campeonato já com alguma competição. O Santa Clara tem pouca experiência internacional e uma possível ida à Intertoto dará esse contacto internacional extra.»

Uma ideia partilhada por José António, director desportivo do Belenenses, que lembra uma vantagem para o campeonato português. «É um estímulo para as quatro equipas inscritas, que estão em posição confortável na tabela. Só duas poderão jogar a Intertoto e têm muito poucos pontos a separá-las, o que traz mais um motivo de interesse para o campeonato.»

O Marítimo, que subiu na passada jornada da I Liga ao quinto lugar da classificação, é uma das equipas que admitiu inscrever-se na Intertoto mas que entendeu que essa não era uma opção viável. Os compromissos para o final desta época e o princípio da próxima levaram a que a competição ficasse para trás. «Vamos ter uma deslocação à Venezuela no final da época, no princípio da próxima temporada vamos disputar um torneio em Jeda, na Arábia Saudita, e há ainda a possibilidade de fazermos o estágio no Brasil», afirma Carlos Pereira, presidente do clube. «Para jogarmos a Intertoto teríamos de começar a trabalhar no princípio de Junho, o que obrigaria os jogadores a não ter férias e poderia comprometer mais tarde o campeonato.»