Longe vão os tempos das pré-temporadas enfadonhas e repetitivas. As corridas demoradíssimas e os exercícios infindáveis já eram. O físico é importante, mas já não é prioritário. É unicamente um dos aspectos a ter em conta, juntamente com as vertentes técnica e táctica. Hoje em dia, são raros os casos de estágios nos quais as bolas não deixam a arrecadação. O couro tem de estar lá, na relva, nem que seja para um pontapé sem direcção. 

André Seabra é um dos defensores das novas teorias. O preparador físico do Salgueiros explicou ao Maisfutebol como foi o trabalho salgueirista até aqui e mostrou-se satisfeito com o empenho de todos os jogadores no estágio de uma semana que o plantel realizou em Quiaios. «De um modo geral estamos satisfeitos», assegura. «É normal que os jogadores registem alguma fadiga, mas, tirando o caso do Ricardo, que já chegou à Figueira da Foz com uma tendinite, nenhum foi forçado a parar. E é bom não esquecer que tivemos 12 treinos e um jogo amigável». 

O objectivo da equipa técnica de Vítor Manuel é claro. «No início é preciso activar os jogadores para que possam corresponder às exigências de um jogo de futebol», explica André Seabra. A lista de preocupações é liderada pelo físico, mas isso não significa que se coloquem de parte os outros aspectos exigidos a um futebolista. «Estas duas semanas serviram para aprimorar a resitência e a força muscular, mas sempre com a preocupação de o fazer em simultâneo com questões técnicas». A bola, por isso, foi presença assídua. «As ideias mais modernas do futebol apontam para essa junção. Não tem cabimento estar duas semanas sem tocar na bola», defende. 

O Salgueiros continará agora a desenvolver o programa de preparação no seu estádio. Teoricamente, os objectivos do trabalho continuam a ser os mesmos, ainda que o ritmo dos treinos possa abrandar. «A próxima semana sera intermédia», esclarece André Seabra. «Vamos trabalhar dentro dos mesmos moldes, mas as cargas de esforço tendem a diminuir à medida que a competição se aproxima».