O espectro do vazio continua em Chaves, mas o risco de não participar no próximo campeonato da II Liga parece afastado... pelo menos para já. A grave crise financeira que afecta o clube transmontano leva os flavienses a uma situação próxima do desespero. Nesta manhã de quinta-feira, houve uma reunião na Câmara Municipal, entre o edil João Baptista e os responsáveis da Assembleia Geral, que estão neste momento a tomar conta do clube.

Após o encontro, João Baptista deu garantias «mínimas» à Assembleia Geral liderada por Branco Teixeira de que até se encontrar uma nova solução directiva, haverá condições para o clube assegurar a sua sobrevivência. Ao que o Maisfutebol apurou, a degradação da situação financeira dos flavienses leva a um acumular de salários em atraso que terá chegado, em grande parte dos casos, aos cinco meses. O risco de rescisões com justa causa é iminente, mas enquanto o impasse perdurar, os jogadores darão o benefício da dúvida ao clube.

Baltasar Ferreira, ex-presidente de Direcção, abandonou o clube, deixando-o numa situação económico-financeira extremamente delicada. Ontem, informou o presidente da AG que a venda do avançado espanhol Arrieta ao Braga rendeu 400 mil euros (cerca de 80 mil contos), dinheiro que deverá servir para pagar dívidas que o clube acumula.

No próximo dia 27, está marcada uma Assembleia Geral na qual se espera que seja resolvido o actual vazio directivo. A ameaça de fechar as portas terá sido, apenas, mais uma forma de chamar à atenção das forças vivas da cidade para a extensão do problemas e para a necessidade de pôr cobro ao risco de extinção.

Os custos da interioridade

A situação do Chaves dá conta dos problemas financeiros que assolam vários clubes da II Liga. Eram já conhecidos casos como o Leça e o Felgueiras, que acumulam meses de ordenados em atraso. Mas o exemplo do Chaves remete para os problemas específicos do Interior do país que o Campomaiorense também está a viver.

A falta de receitas e de capacidade de investimento características do Interior, decorrentes da escassez de empresas, aliada à já denunciada falta de solvabilidade financeira da II Liga, faz com que esta situação de Chaves esteja condenada a repetir-se. Seja como for, está posto de parte o cenário de que o Chaves entregue... as chaves.