O canguru ainda saltou, mas foi o galo a picar o(s) ponto(s) no fim e a encher o bolso. O vice-campeão europeu entrou a ganhar no Mundial 2018, graças ao triunfo por 2-1 sobre a Austrália, o primeiro dos gauleses aos «socceroos» em jogos oficiais.

Antes de mais, quinto jogo no Mundial, quinto jogo com golos. O segundo em que as duas equipas não ficam em branco, após o Portugal-Espanha.

O arranque do grupo C mostrou uma França a assumir, de início, na prática, o reconhecido poderio teórico. Deschamps apostou numa das surpresas da convocatória, Pavard, para a lateral-direita. E colocou Hernández do lado contrário, face à dúvida física com Mendy.

À frente de um meio campo robusto, com Kanté, Pogba e Tolisso, uma frente móvel que cedo criou perigo. Griezmann-Mbappé-Dembelé assustaram. Mas só no início.

Primeiro, Mbappé. Seguiram-se Pogba e Griezmann, em dose dupla. Ryan atento, nulo a subsistir e Austrália a assentar ideias. França nunca mais acertou com a baliza até ao intervalo.

Com o tempo, os «socceroos» soltaram-se: Mooy a servir de pêndulo no meio campo e várias investidas pela esquerda do ataque, a explorar o lateral Pavard, várias vezes obrigado à falta.

FICHA E FILME DO JOGO

Foi assim que a equipa de Van Maarwijk mais assustou. Falta ganha, livre direto a criar mossa aos gauleses. Que o diga Lloris, a negar um autogolo de Tolisso após livre de Mooy (17m).

Primeiro sinal amarelo, de uma equipa com garra e entreajuda a colmatar a classe contrária, escondida até ao descanso.

À falta de espaços no ataque, Deschamps respondeu com confiança. Não mexeu, tal como – bem – a Austrália. Foi preciso uma rotura de Pogba, quase à hora de jogo, para desequilibrar. E a mostrar o VAR em decisão, pela primeira vez, num Mundial.

O médio do Man. United isolou Griezmann, que caiu na área após lance com Risdon. Discutível. Andres Cunha esperou, recorreu às imagens e deu castigo máximo, convertido pelo avançado do Atl. Madrid (58m).

O mais difícil para o vice-campeão europeu parecia feito. Mas Umtiti complicou e ofereceu um penálti à Austrália: mão na bola e Jedinak a bater Lloris dos onze metros, quatro minutos depois.

Deschamps sentiu a inoperância ofensiva a vinte minutos do fim e lançou Giroud e Fekir, abdicando de Griezmann e Dembelé. Referências ofensivas mais fixas, miolo mais fresco e França, ainda que sem sufocar, mais ameaçadora.

A mudança daria frutos a nove minutos do fim, por um dos homens mais apagados no conjunto europeu, porém decisivo nos golos: Pogba apareceu, tabelou com Giroud e beneficiou de um ressalto em Behich no remate. A bola bateu na trave e entrou totalmente ao bater no solo: 2-1 seguro até ao fim e três pontos no bolso. O que sai vazio do outro lado.

O canguru ainda saltou, procurou novo empate. Mas a manhã foi de galo, que sai de crista levantada ao fim do primeiro round.