Godinho Lopes, vice-presidente do Sporting e presidente da EJA, empresa responsável pela construção do novo estádio leonino, foi detido nesta segunda-feira como suspeito de corrupção e gestão danosa no processo de alojamento em navios durante a Expo 98, adianta a Agência Lusa citando fonte da Polícia Judiciária.

Godinho Lopes e Januário Rodrigues, este último antigo responsável da Parque Expo demitido em função de uma investigação interna ao caso, foram detidos esta tarde e serão apresentados amanhã a um juiz do Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, que decidirá se ficam em prisão preventiva ou aguardam em liberdade o desenrolar do processo.

A investigação da Polícia Judiciária (PJ) foi ordenada pelo Ministério Público, para onde o ministro com a tutela da Expo em 1999, António Costa, tinha enviado os resultados de uma investigação interna da Parque Expo sobre o assunto. O relatório da empresa indiciava a existência de irregularidades no afretamento de navios-hotel que estiveram ancorados no Jardim do Tabaco durante a exposição universal e nunca chegaram a atingir metade da lotação.

Segundo referiu a PJ em comunicado divulgado esta tarde, «os negócios terão decorrido em colaboração estreita entre funcionários da Parque Expo e os intermediários/angariadores dos paquetes, proporcionando-lhes um lucro indevido estimado em cinco milhões de euros (um milhão de contos)».

A inflação propositada dos números de potenciais reservas fez com que fossem contratados os navios-hotel de luxo, que em face da baixa ocupação dariam à Parque Expo um prejuizo avaliado em 20 milhões de euros.

Este processo já conduzira à detenção de João Caldeira, chefe do departamento de contabilidade da empresa, que continua na cadeia.